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Economia

“Ultraliberalismo vai se acentuar na periferia do capitalismo”, diz Jones Manoel

O historiador e professor pontua que os Estados Unidos tentam ativamente destruir as capacidades produtivas de países periféricos do sistema capitalista, e alerta para o desmonte da indústria brasileira. “Eles querem sair desmontando qualquer capacidade de engenharia nacional, construção civil, refinaria, petróleo e gás, petroquímica, etc., para que tudo isso seja recentralizado lá, potencializando a força deles na competitividade com a China”. Assista:

Jones Manoel (Foto: Reprodução)
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247 - O historiador e professor Jones Manoel, em entrevista à TV 247, analisou o processo de aceleração do que chama de “ultraliberalismo” na América Latina, que destrói as indústrias nacionais e favorece o capital estrangeiro. Para ele, os Estados Unidos buscam ativamente reincorporar em sua economia as indústrias de países da periferia do sistema capitalista:

“Com o neoliberalismo, há um processo parcial de reconcentração das indústrias nos países centrais e no sudeste asiático, em particular na China. A política dos EUA nos últimos dez anos, que está ficando cada vez mais agressiva, é sair desmontando todas as capacidades produtivas e industriais restantes na periferia do sistema capitalista para reincorporá-las na sua economia nacional, potencializando o emprego e o desenvolvimento industrial ao nível interno”, disse.

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Jones aponta que o desmonte da indústria brasileira é evidente nos governos Temer e Bolsonaro: “Quando os EUA desmontam a Odebrecht, para além de reduzir a concorrência no mercado internacional, eles querem que os empregos que a Odebrecht gerava aqui no Brasil sejam gerados pelos EUA. O que os governos Temer e Bolsonaro vêm fazendo? Eles vêm desmontando cada vez mais as refinarias brasileiras e comprando gasolina, diesel e querosene das refinarias dos EUA. Esse é o exemplo típico do que eles querem. Eles querem que saia se desmontando qualquer capacidade de engenharia nacional, construção civil, refinaria, petróleo e gás, petroquímica, etc., para que tudo isso seja recentralizado lá, potencializando a força deles na competitividade com a China”, explica.

Construção civil

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O historiador prevê o aceleramento do desmonte do setor da construção civil, um dos únicos que permanece relativamente protegido do mercado financeiro estrangeiro. “Inclusive, eu aposto que daqui até o final do ano vai avançar um conjunto de projetos de lei para abrir o mercado brasileiro para investimento estrangeiro no setor da construção civil, que até hoje é um dos poucos que ainda tem alguma política de restrição ao capital estrangeiro. É um mercado mais nacional, porque as empresas de construção civil conseguiram garantir isso durante a ditadura. Já existe um discurso desde o governo Temer de abrir esse mercado para as multinacionais, e agora isso avança. Minha aposta é que vai se intensificar o ultraliberalismo na periferia do sistema capitalista”, conclui.

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