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Economia

Um país de empreendedoras

Levantamento divulgado pelo Sebrae revela que brasileiros nunca abriram tantos negcios. E a participao das mulheres cada vez maior

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Lu Miranda_247 – Em outubro do ano passado, Gislaine Fernandez da Cruz resolveu dar uma guinada na vida e mudar de área profissional. Deixou a carreira de secretária executiva e embarcou na aventura de ser uma microempresária. Com o apoio do marido, assumiu o “box” de uma amiga, no centro da capital paulista, para a venda de roupas. A época foi favorável, próxima ao Natal, e animou o casal com a grande venda do período. Passada a euforia da data, os empreendedores sentem a queda nas vendas e passam a entender, agora, uma das principais características do setor varejista: a sazonalidade das vendas.

Mesmo assim, o comércio aparece como a atividade mais priorizada no país, com 25% do total, de acordo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) divulgada esta semana pelo Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas. Atividades com alojamento e alimentação ficaram em segundo lugar, com 15%. Atividades imobiliárias e aluguéis representam 13%, e a indústria de transformação, 10%.

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A comerciante Gislaine está no perfil traçado pelo levantamento, que destaca a presença das mulheres nos pequenos negócios. Elas quase empatam com os homens entre os empreendedores brasileiros. Já são 49,3% e eles, 50,7%.

Esta pesquisa é realizada desde 1999 em diferentes continentes, numa parceria entre a London Business School e o Babson College. No ano passado, abrangeu 59 países. Aqui no Brasil, com apoio do Sebrae, é feita desde 2000 e, a cada ano, apresenta mudanças no empreendedorismo no país. Uma delas é a tendência de crescimento da atividade.

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Na análise, a metodologia prevê uma taxa que mede o grau de desenvolvimento do setor num país. A TEA (Taxa de empreendedorismo em estágio inicial) é a proporção de pessoas na faixa etária entre 18 e 64 anos em negócios com menos de 42 meses de existência. Aqui no Brasil, a TEA verificada em 2010 foi de 17,5%, a maior da série histórica brasileira e, no ano, a mais alta entre os 17 países membros do G20. Somos seguidos por China com 14,4% e Argentina, com 14,2%.

Apesar da posição de destaque do Brasil no empreendedorismo mundial, a pesquisa também mostra os pontos negativos para novos negócios no país levantados pelos próprios empreendedores. A principal crítica é com as políticas governamentais. No ano passado, 69% dos entrevistados consideraram este um fator limitante. O Brasil ficou na 44ª posição nesta avaliação nos âmbitos federal, estadual e municipal. Quando considerados os impostos, burocracia, regulamentações e tempo de abertura de empresas, o Brasil fica na última posição do ranking, atrás de países como Costa Rica, Uganda, Jamaica e Vanuatu (Oceania).

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De acordo com Gislaine, os impostos consomem 40% do faturamento da pequena loja de roupas. “As despesas são altas com impostos e também com o aluguel. Acho que conseguimos persistir com a loja até o meio do ano, quando termina o contrato com o dono do ponto. Não temos apoio nenhum.”, queixa-se.

Na pesquisa, os entrevistados também foram questionados sobre 16 condições no Brasil para empreender. De todas apresentadas, eles apontaram apenas 5 como favoráveis. Segundo a avaliação dos analistas, percebe-se que país oferece oportunidades para o empreendedorismo, mas não consegue dar as condições. Esta realidade tem explicação no processo de crescimento econômico na sociedade brasileira nos últimos anos.

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Outro ponto negativo. Apesar da oferta de crédito no país ter crescido nos últimos anos, 56% dos empreendedores entrevistados reclamam da falta de apoio financeiro. 50% deles também afirmam que educação e capacitação são fatores limitantes aos negócios no país.

Mírian Lima, que também é comerciante de roupas na região central de São Paulo, conhece bem estes entraves. Ela luta pra manter a loja em meio à concorrência dos grandes varejistas. Em 3 anos de atividade, nunca procurou ajuda oficial para os negócios. Ela diz que ‘se vira’ sozinha e recorre a bancos comerciais com juros altos para se financiar. “Não acredito no governo”, desabafa.

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