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Economia

Você quer ser um pagador de contas para sempre?

Gestão orientada para o consumo ou para o progresso? Cabe a você decidir.

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Recentemente, publiquei um vídeo no meu Canal sobre empreendedorismo no YouTube (http://YouTube.com/geracaodevalor) com o seguinte título: "Você quer ser um pagador de contas para o resto da vida?" Aproveito para repetir a mesma pergunta aqui, aos leitores deste jornal.

Quero lhe provocar a refletir sobre o seu comportamento de consumo, sobre como você interage com uma sociedade onde este é o motor da economia e, inclusive, um indicador de desempenho.

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Sou empresário, logo, parte da cadeia produtiva do Brasil; emprego mais de 10 mil pessoas, mas também sou consumidor nas "horas vagas". Sei o quanto é importante termos uma economia forte em nosso país para os nossos negócios, mas também sei que, quanto mais pessoas desenvolverem uma melhor consciência e educação para o consumo, a sociedade pode se fortalecer e contar com indivíduos que saibam produzir riquezas, ao invés de se atolarem no lodo do endividamento.

Por isso, não vou escrever um texto contra o consumo, mas desenvolver ideias em torno de como você consome e qual o resultado de sua prática de gestão dos seus recursos pessoais.

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Eu me relaciono com pessoas de diversos níveis sociais e observo, em todas as camadas, o mesmo comportamento na gestão das finanças pessoais. Isso porque a gestão não está ligada ao poder de compra, mas a alguns paradigmas que norteiam as práticas gerenciais.

Eu observo dois estilos de gestão. O primeiro deles, e mais comum, é a gestão orientada para o consumo. Neste caso, o consumo é colocado no centro da construção do orçamento familiar. Em geral, o salário de quem adota esse modelo de gestão abre o mês já comprometido com prestações, como cheques pré-datados, descontos em folha, carnês, juros, antes mesmo do dia do pagamento. Vale lembrar de que a taxa de juros cobrada pelos bancos brasileiros são as maiores do mundo.

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Geralmente, pessoas que adotam a gestão orientada para o consumo gastam 100% do seu salário todos os meses. E quando acontece alguma variável, como uma manutenção no carro, dentista ou despesas com remédios? Entram no cheque especial, a um custo que pode chegar a 178,1% de juros ao ano, muitas vezes pagam apenas o valor mínimo do cartão de crédito, neste caso com o custo de 238% ao ano, e atribuem esse descompasso no seu fluxo de caixa às variáveis externas ocorridas. Uma fatalidade...

Neste exemplo de gestão, um indivíduo que ganha um salário de R$ 500,00 pensa: "Se um dia eu ganhar R$ 5.000,00, minha vida vai estar resolvida!" Ele trabalha, evolui e, finalmente, consegue ganhar R$ 5.000,00 por mês. E o que acontece? Ele troca de carro, compra produtos mais sofisticados no supermercado, roupas novas, frequenta restaurantes melhores e, como num passe de mágica, eis que no fim do mês... cadê o dinheiro? Não sobrou nada! Outra fatalidade...

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Se um dia ele chegar a ganhar R$ 50.000,00, acreditem, vai acontecer o mesmo. Isso porque sua gestão está baseada na premissa do consumo. Para ajudar, todos os dias, os meios de comunicação se encarregam de bombardear a população com milhares de mensagens publicitárias com ofertas imperdíveis!

Já ajudei alguns casais que ganhavam mais de R$ 50.000,00 por mês e estavam endividados. E sabe o que eu ouvia na conversa? "Não tem mais o que cortar. Já estamos bem enxutos..." Você acredita nisso? Assim é a gestão orientada para o consumo: controlada por impulsos, oportunidades únicas, compulsões, promoções, novos modelos, designs, grifes etc. Você conhece pessoas que vivem assim? Infelizmente, tenho certeza que sim.

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O outro estilo eu classifico como modelo de gestão orientada para o progresso. Nesse modelo, o progresso é o centro e não o consumo, como no caso anterior. Todo orçamento é montado na premissa do progresso. Ele é protegido e todas as aspirações de consumo ou investimentos são desenhados a partir dele.

Traduzindo de forma prática, eu sempre sugiro que as pessoas guardem todos os meses 20% dos seus ganhos e apliquem esse dinheiro em investimentos conservadores. A partir daí, elas devem fazer seus orçamentos familiares com base nos 80% restantes. Perceba a diferença conceitual: na gestão orientada para o progresso, você vive com os 80% que SOBRAM, pois 20% foram protegidos e separados como prioridade, ao contrário da gestão orientada para o consumo.

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Esse conceito, à primeira vista, costuma chocar, pois confronta as bases do consumismo praticado pela maioria das pessoas que vive como massa de manobra de seus próprios impulsos, ambições, status, desejos de ser aceitos e, por isso, usa determinadas marcas e grifes, também em, muitos casos, por uma questão de competição social.

Mas o que eu te convido a refletir é:

1. É possível viver com apenas 80% do que você ganha, se nunca sobra nada, todos os meses? Sim. O dinheiro nunca vai sobrar não seja pelo resultado de uma decisão de gestão. Se alguém fica desempregado, dá um jeito, adapta a vida à nova realidade. Todos nós temos uma grande capacidade de adaptação, basta querermos de verdade.

2. Para que guardar dinheiro e se privar de desfrutar da vida? Você deve construir um capital para poder mudar de patamar em sua vida. Com o capital acumulado, você angaria crédito; ao invés de pagar juros, você ganha juros. Em outras palavras, ao invés de trabalhar para o dinheiro, ele vai trabalhar para você! Outra razão para você guardar dinheiro é a possibilidade de aproveitar reais oportunidades de negócios que podem lhe fazer multiplicar esse capital. Sobre desfrutar a vida, é uma ilusão alguém acreditar que o vá fazer consumindo, pagando juros, e não construindo. Quem constrói um capital pode desfrutar a vida muito mais no futuro, com mais tranquilidade para a família, e ter acesso a lugares ou a conquistas que as pessoas que passaram a vida consumindo jamais terão.

3. A vida de quem usa a gestão orientada para o progresso não acaba sendo muito sacrificada? Não. Ao contrário, é uma vida livre, com mais segurança, com mais perspectivas para o futuro. Vida dura é das pessoas que gastam tudo e não constroem nada!

4. Imagine se você tivesse guardado 20% do que ganhou nos últimos 10, 20 anos e aplicado a 10%, 12% ao ano? Certamente, você estaria em outro patamar! Para quem sempre viveu em função do consumo e nunca tinha se dado conta sobre a possibilidade de um outro estilo de vida, nunca é tarde para começar. No início, vai parecer difícil, pois tudo é uma questão de hábito. Mas, às vezes, mudar de hábito é como deixar um vício: é difícil, mas vale a pena.

Repense a sua vida, a direção para onde você a está conduzindo. Você é o condutor e não um passageiro. Tome o controle!

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