Brasil e Moçambique reforçam cooperação para impulsionar empreendedorismo
Encontro em Maputo prepara assinatura de declaração conjunta entre Sebrae e IPEME para ampliar ações bilaterais e fortalecer pequenos negócios moçambicanos
247 - O presidente do Sebrae, Décio Lima, se reuniu neste sábado (22) com o diretor-geral do Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas de Moçambique (IPEME), Feliz Pedro Malate, e com o diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), embaixador Rui Pereira. A informação é da assessoria do Sebrae, que acompanhou o encontro realizado em Maputo, capital moçambicana. A agenda teve caráter preparatório para a assinatura da Declaração Conjunta entre Sebrae e IPEME, marcada para esta segunda-feira (24), dentro do conjunto de iniciativas de cooperação Sul-Sul que integram a missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país africano.
A parceria formal entre Sebrae e governo de Moçambique começou em 2008 e resultou na criação do próprio IPEME. Desde então, ações de cooperação técnica vêm sendo desenvolvidas, incluindo a revisão, em 2022, do Estatuto das Micro, Pequenas e Médias Empresas moçambicanas, documento inspirado na Lei Geral brasileira.
Durante a reunião em Maputo, Décio Lima destacou a relevância simbólica e estratégica da nova declaração bilateral. “No ano em que as relações diplomáticas entre Brasil e Moçambique completam meio século, a Declaração Conjunta que estamos estabelecendo confirma o compromisso do Sebrae em aproximar ainda mais as duas nações em um dos aspectos que as conectam diretamente: o espírito empreendedor dos seus povos”, afirmou.
Segundo o presidente do Sebrae, a assinatura prevista para segunda-feira marca também um reencontro entre Brasil e África na agenda de desenvolvimento. “Esse é o reinício das ações internacionais do Sebrae. Queremos estabelecer um novo patamar de cooperação técnica bilateral entre Sebrae e IPEME, segundo os princípios da reciprocidade e do respeito às diferenças, tendo como foco a realização dos sonhos de milhões de moçambicanos”, declarou.
O diretor-geral do IPEME, Feliz Pedro Malate, apresentou a estrutura atual da instituição e fez um diagnóstico do cenário empreendedor no país. O Instituto, vinculado ao Ministério da Economia de Moçambique, conta com mais de 50 colaboradores distribuídos em escritórios regionais. Malate informou que os pequenos negócios seguem profundamente marcados pela informalidade, com cerca de 13,5 milhões de empreendedores atuando fora da economia formal.
Ele destacou a necessidade de ampliar a capacidade técnica e gerencial do IPEME e reforçou a importância do intercâmbio com o Sebrae. Entre as prioridades listadas pelo diretor estão o desenvolvimento de cadeias produtivas, a inclusão de jovens e universidades na atividade empreendedora, a aceleração da formalização e o mapeamento de setores estratégicos que possam impulsionar o crescimento econômico.
O embaixador Rui Pereira, diretor da ABC, ressaltou que a cooperação entre Sebrae, IPEME e Brasil está alinhada às estratégias de desenvolvimento 2025/2044 definidas pelo governo moçambicano.
Indicadores da economia moçambicana
O intercâmbio comercial entre Brasil e Moçambique alcançou US$ 40,5 milhões em 2024. As exportações brasileiras somaram US$ 37,8 milhões, enquanto as importações ficaram em US$ 2,7 milhões.
Os principais produtos brasileiros enviados ao país foram carnes de aves frescas, congeladas ou resfriadas (41% do total), produtos de perfumaria e toucador (4,7%) e móveis (5%). Do lado moçambicano, 95% das vendas ao Brasil foram compostas por tabaco.
Para 2025, a expectativa é de que o PIB de Moçambique cresça 3%. Em 2024, o desempenho econômico foi mais modesto, com expansão de aproximadamente 1,9%, abaixo da previsão de 5,5%.
