Brasileira cria café em sachê e aposta na nova geração
O café em sachê da Cafellow possui 14 gramas de café especial, em um filtro biodegradável feito a partir da fermentação da fibra do milho e é compostável
Beatriz Bevilaqua, 247 - Uma empreendedora mineira está reinventando a forma como o brasileiro consome café. Com identidade leve, foco em sustentabilidade e sabores inusitados, Paula Veloso, fundadora da Cafellow, criou uma linha de cafés em sachê de infusão que já conquistou mais de dois mil clientes e cresce, em média, 30% ao mês.
“O Brasil é o maior produtor de café do mundo, mas faltava algo mais prático, com o nosso jeito, pensado para o ritmo acelerado das novas gerações”, explica Paula, que nasceu em uma família de produtores de café e decidiu inovar em vez de seguir os caminhos tradicionais da exportação.
Formada em comércio exterior, com experiência no mercado financeiro, a jovem decidiu empreender após perceber que queria algo mais criativo e autoral. “Eu queria construir algo do zero, com a minha cara, não apenas continuar o que já existia. Foi aí que decidi unir minha paixão pelo café com a vontade de inovar.”
A ideia do café em sachê nasceu durante o período em que Paula trabalhava em bancos, onde percebeu uma demanda não atendida. “Tomávamos muito café, mas o expresso me dava problemas gástricos. Faltava um método prático para quem ama café coado, como eu”, conta.
Durante pesquisas nos Estados Unidos, Paula conheceu formatos inovadores e desenvolveu o café em sachê de infusão no Brasil - como um chá, mas com 14 gramas de café especial, em um filtro biodegradável feito a partir da fermentação da fibra do milho e é compostável. “É sustentável, fácil de usar e realmente entrega o sabor do café coado. Não é ‘chafé’. As pessoas se surpreendem com a qualidade.”
Marca com alma jovem
Lançada em outubro de 2024, a Cafellow tem três versões de café com propósitos e aromas naturais: o Determinado (café puro), o Criativo (com cogumelo e notas de caramelo e baunilha) e o Sensual (com maca peruana, cereja e framboesa). Cada um é representado por um personagem - os "fellows" - que traduzem o espírito da marca.
“A identidade visual é colorida, mágica. Queremos que preparar café seja um momento leve, especial, que traga alegria logo no começo do dia. A marca conversa diretamente com quem está descobrindo o café agora ou quer uma alternativa mais suave, saudável e divertida.”
Segundo a empreendedora, o diferencial também está na experiência de consumo. “Você pode controlar a intensidade do café só pelo tempo de infusão. Com dois minutos, ele fica mais suave. Com cinco, mais encorpado. Isso aproxima quem ainda está se adaptando ao sabor do café.”
Depois de validar a ideia com um produto artesanal, Paula investiu na automatização da produção com uma nova máquina. Agora, a Cafellow entra em uma nova fase, mirando a expansão de vendas online e parcerias com pontos físicos.
“Estamos prontos para escalar. Nosso plano é aumentar a presença digital e física, levando a Cafellow para ainda mais pessoas que valorizam qualidade, praticidade e impacto positivo.”
O futuro do café é jovem, consciente e sustentável
Paula acredita que o futuro do café no Brasil está nas escolhas conscientes. “As pessoas estão começando a entender o que é qualidade de verdade. Já percebem que o café extra forte do mercado, na verdade, é feito com muitas impurezas”.
Para ela, empreender é, acima de tudo, educar. “Criamos uma nova categoria de produto, e é natural que haja desconfiança. Mas quando as pessoas provam, se apaixonam. E esse é o nosso maior trunfo: um café prático e com sabor de verdade”, explica.
Assista na íntegra aqui: