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Brasileiras empreendem pós licença maternidade

Saiba como mães transformam desafios da carreira em negócios autênticos e de sucesso

Marina Queiroz, jornalista e consultora de comunicação (Foto: Divulgação )

Beatriz Bevilaqua, 247 - Segundo o Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), 77% das mulheres começam a empreender após a maternidade, muitas vezes motivadas pela necessidade de conciliar carreira e cuidado com os filhos diante de um mercado de trabalho pouco acolhedor. Neste cenário, o empreendedorismo feminino se mostra potente, mas também marcado por sobrecarga, solidão e desafios estruturais.

Em entrevista à jornalista Beatriz Bevilaqua, Marina Queiroz, jornalista e consultora de comunicação, destaca que muitas mulheres acumulam funções dentro do próprio negócio e da vida doméstica: “Ela é a dona do negócio, administradora, vendedora, cuida da casa e dos filhos. Por isso, políticas públicas de apoio, acesso a crédito, capacitação e redes de suporte são essenciais. Sem isso, o negócio cresce, mas pode quebrar rapidamente”.

A comunicação surge como ferramenta estratégica de empoderamento. Marina explica que se a mulher não acredita no seu valor, terá dificuldade de vender, se posicionar e precificar seu serviço com segurança. “A falta de confiança gera uma comunicação frágil, que impacta diretamente o sucesso do negócio”. Aprender a se comunicar de forma clara, autêntica e segura,  seja verbalmente, na escrita ou nas redes sociais, permite que a empreendedora transforme seu negócio, construa parcerias e atraia clientes certos.

A consultora ainda acrescenta que não existe “momento perfeito” para começar: “É preciso agir apesar do medo. Comece com o que você tem: experiência, conhecimento, rede, mesmo que pequena, e valide sua ideia aos poucos. O medo vai junto, mas não pode dirigir a tomada de decisão”.

Histórias de sucesso mostram o poder da autenticidade. Marina relata exemplos de empreendedoras que transformaram trajetórias pessoais em diferenciais competitivos. Uma especialista em finanças descobriu que seu diferencial não era apenas a experiência de 20 anos, mas a forma como atendia com acolhimento e sensibilidade, ajudando mulheres em transição - separação, aposentadoria ou mudança de carreira - a se reorganizarem financeiramente. A comunicação autêntica permitiu que ela redesenhasse suas redes sociais, atraísse clientes certos e fechasse contratos mais rapidamente, mantendo coerência com sua própria história.

Marina explica que a comunicação não é sobre seguir tendências ou copiar fórmulas prontas, mas expressar quem você realmente é, criando conexão com o público. Para mulheres que estão começando ou se reinventando, Marina dá conselhos práticos: identificar três valores que guiam o negócio, relacioná-los a uma história pessoal e começar a compartilhar conteúdo em diferentes formatos, seja em vídeo, texto ou áudio. O objetivo é que a comunicação tenha alma, consistência e autenticidade, mais do que estética perfeita.