HOME > Empreender

Brasileiros de todas as idades transformam histórias pessoais em grandes negócios

De jovens de 20 anos a empreendedores de quase 80, trajetórias mostram que coragem, inovação e resiliência são pilares para o sucesso

Brasileiros de todas as idades transformam histórias pessoais em grandes negócios (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

247 - Com mais de 47 milhões de empreendedores ativos, o Brasil se consolida como um dos países mais férteis para quem deseja abrir o próprio negócio. Segundo dados do Monitor Global de Empreendedorismo (GEM) 2024, faixas etárias diversas — especialmente entre 35 e 44 anos e entre 55 e 64 — mostram que nunca é tarde, nem cedo demais, para apostar em um sonho.

De acordo com o Sebrae, em 2023 foram abertos 4.158.122 novos negócios no país, contra 854.150 fechamentos. O saldo positivo revela o dinamismo do mercado, mas também impõe cautela: estatísticas do IBGE apontam que metade dos Microempreendedores Individuais (MEIs) e Microempresas (MEs) não resistem aos primeiros cinco anos de operação. Em meio a esse cenário de riscos e oportunidades, histórias de empresários de diferentes gerações revelam como a combinação de coragem, inovação e resiliência pode ser decisiva para manter o negócio vivo.

A seguir, seis empreendedores de idades distintas compartilham aprendizados que moldaram suas carreiras, mostrando que a jornada de empreender pode começar tanto aos 20 anos quanto após os 60, sempre com espaço para novas ideias.

Coragem e atitude

“Eu não queria ficar preso a uma escala de trabalho por anos. Empreender foi minha chance de ser criativo”, afirma Diego Dutra, 38 anos, fundador do JAH Açaí, Sorvetes e Picolés.

Natural de Conselheiro Lafaiete (MG), ele trabalhava em uma mineradora quando decidiu, aos 22 anos, apostar em um novo mercado. Criou a própria marca de açaí e rapidamente expandiu para três lojas. Hoje, lidera a expansão de uma das maiores redes do segmento, com 180 unidades no Brasil e no exterior. “Se eu não tivesse começado naquele momento, com aquela força de vontade, não teria transformado a minha vida, nem de tantos outros através do JAH”, destaca. A rede projeta faturar R$ 180 milhões em 2025.

Explorar insights

“O negócio começou com um teste na minha própria festa de aniversário”, lembra Arnaldo Di Blasi, 43 anos, fundador e CEO da Di Blasi Pizzas.

Inspirado por um detalhe observado em um evento, ele criou um modelo de pizzaria voltado para delivery, com massas mais leves e embalagens adequadas. O negócio, que começou como renda extra, virou referência nacional, participando até do Rock in Rio. Hoje, com 37 lojas e previsão de chegar a 50 até 2025, a rede espera alcançar faturamento de R$ 70 milhões.

Foco em inovação

“Queria levar experiências gastronômicas para dentro da casa das pessoas”, afirma Amauri Sales de Melo, 35 anos, sócio-fundador do Grupo HSH.

Após estudar na Europa, ele trouxe para João Pessoa (PB) o conceito de dark kitchen. Assim nasceu, em 2016, a Home Sushi Home, delivery especializado em culinária asiática. O grupo cresceu, ganhou novas marcas e presença em mais de 10 estados, com previsão de faturar R$ 61 milhões neste ano.

Preencher lacunas no mercado

“Resolvi empreender com um cardápio saudável que eu buscava comer e não encontrava”, conta Camila Miglhorini, 42 anos, CEO da Mr. Fit.

Ela deixou o mercado corporativo em 2011 para criar a primeira rede de fast-food saudável do Brasil. De início modesto, o negócio cresceu e hoje soma 900 unidades no país e no exterior, além de refeições ultracongeladas. A previsão é encerrar 2025 com faturamento de R$ 240 milhões.

Aprendizado constante

“Não podemos nos acomodar, sempre há algo novo a construir”, diz Antônio Augusto Ribeiro de Souza, 61 anos, CEO da Antaris Foods Brands Franchising.

Com trajetória que começou no comércio de grãos e se estendeu ao franchising internacional, ele fundou, em 2020, uma holding que reúne marcas gastronômicas como Boulangerie Carioca e Cuor di Crema. Para ele, atualização constante em logística, estratégia e tecnologia é indispensável.

Calma e resiliência

“A maturidade nos dá o benefício de toda a experiência de vida”, afirma Sônia Ramos, 79 anos, fundadora da Casa de Bolos.

Conhecida como Vó Sônia, ela começou vendendo bolos caseiros em 2009, em Ribeirão Preto (SP), para complementar a renda familiar. Em pouco tempo, o negócio se transformou na maior rede de franquias de bolos do Brasil, com mais de 600 unidades, incluindo uma loja em Lisboa. A previsão para 2025 é alcançar R$ 650 milhões em faturamento.