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Empreendedoras mostram força da bioeconomia na COP30

Saboaria indígena, artesanato do Cerrado e baru mostram como empreendedoras transformam biodiversidade em renda, inovação e impacto social

Empreendedoras mostram força da bioeconomia na COP30 (Foto: Maycon Nunes/Sebrae)

247 - No Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, celebrado nesta quarta-feira (19), histórias de liderança e inovação de mulheres de diferentes regiões do país ganharam destaque na Brasil BioMarket, loja colaborativa do Sebrae instalada na COP30. As informações foram originalmente divulgadas pelo Sebrae. No espaço, empreendedoras que unem saberes tradicionais, manejo sustentável e geração de renda ocupam o centro da vitrine, reafirmando o papel decisivo das mulheres na bioeconomia brasileira.

Uma das protagonistas dessa agenda é Dionete Figueiredo, que percorreu o caminho de Minas Gerais até Belém (PA) para acompanhar a apresentação internacional dos produtos da Copabase e da Central Veredas. Formadas majoritariamente por mulheres artesãs e extrativistas do Cerrado mineiro, as cooperativas expõem peças em fibra de buriti, bordados regionais e a estrela local: a castanha de baru, ingrediente que virou referência gastronômica no país.

“A COP é uma grande oportunidade para mostrar ao mundo o trabalho dos pequenos negócios e como as comunidades praticam, no dia a dia, ações concretas de combate às mudanças climáticas”, afirma Dionete, liderança das comunidades extrativistas do Cerrado. Ela explica que as mudanças reais nascem nos territórios e que o apoio do Sebrae tem sido fundamental para fortalecer cooperativas na formalização, na capacitação e no acesso a mercados.

Segundo Dionete, o trabalho conjunto com o Sebrae impulsionou a região a avançar na exportação da castanha de baru, ampliando as oportunidades de renda para centenas de famílias. As cooperativas Urucu e Grande Sertão Veredas, que reúnem cerca de 300 famílias, vivem hoje um ciclo de expansão. “Hoje, famílias artesãs conseguem garantir um salário mínimo por mês, enquanto as que trabalham com a castanha de baru chegam a faturar cerca de quatro salários mínimos mensais”, comemora. E completa: “Espero que a COP deixe como resultado ações que realmente cheguem à ponta, nos territórios.”

Outro exemplo emblemático de empreendedorismo feminino é a trajetória de Jaqueline Freire, fundadora da Saboaria Rondônia, uma das marcas em destaque na Brasil BioMarket. A empresa, que oferece uma linha completa de produtos de autocuidado à base de buriti, nasceu em 2017, em um contexto rural, com investimento inicial de apenas R$ 152 — e com profundo vínculo familiar. “Uma menopausa precoce da minha mãe, um pé de buriti, um sonho e a parceria do Sebrae. Assim começamos”, conta Jaque.

Atualmente, a Saboaria Rondônia se consolidou como a primeira indústria de cosméticos instalada em contexto rural do estado e já alcança mercados nacionais e internacionais. Com estrutura produtiva que integra nove territórios indígenas, a marca gera renda para 385 famílias. “Crescemos com responsabilidade ambiental e impacto social, mostrando que inovação e floresta em pé caminham juntas”, resume a empreendedora.

Brasil BioMarket na COP30: onde conhecer e apoiar pequenos negócios

A Brasil BioMarket reúne produtos que integram sustentabilidade, inovação e impacto social, ampliando visibilidade e renda para empreendedores de 22 estados. No total, mais de mil itens de 250 pequenos negócios dos seis biomas brasileiros estão disponíveis ao público.

O espaço funciona em dois locais da COP30: na Green Zone, aberta ao público, e na En-Zone, ambiente do Sebrae voltado ao empreendedorismo, instalado na Av. Rui Barbosa, 200, no bairro do Reduto. A Green Zone funciona até 21 de novembro, das 8h às 22h; já a En-Zone abre das 16h às 22h.