Estudo mostra que empreendedores sustentam ocupação e evitam desemprego em massa no Brasil
Levantamento do Sebrae revela que um em cada quatro trabalhadores é dono de negócio e que o país teria taxa de desocupação cinco vezes maior sem eles
247 - O empreendedorismo é um dos principais motores da economia brasileira e um fator decisivo para manter o mercado de trabalho ativo. É o que aponta o estudo “Donos de Negócios e Força de Trabalho: Dinâmica das Taxas de Ocupação e Desocupação (2019-2024)”, realizado pelo Sebrae Nacional com base em dados da PNAD Contínua Trimestral do IBGE. Segundo o levantamento, a taxa de desocupação no Brasil seria cinco vezes maior caso não houvesse empreendedores em atividade.
De acordo com a pesquisa, em 2024 o país alcançou o melhor índice de ocupação do período analisado, com 94% da população economicamente ativa empregada. Dentro desse cenário, um em cada quatro trabalhadores é empreendedor, evidenciando a relevância dos pequenos negócios na geração de renda e no equilíbrio do mercado de trabalho.
“O empreendedorismo já alcançou o patamar de modelo de desenvolvimento para o país”, destacou o presidente do Sebrae, Décio Lima. Para ele, além de garantir trabalho e renda, o setor tornou-se parte essencial das políticas de Estado: “É fato que o empreendedorismo vem revolucionando vidas e que sua importância alçou o patamar de política de Estado, junto com tantos outros avanços de um Estado de bem-estar social.”
Disparidades regionais
O estudo também aponta que, nos últimos cinco anos, houve redução nas diferenças regionais. A variação entre a maior e a menor taxa de ocupação caiu de 7 pontos percentuais (2019) para 5,1 pontos (2024). Ainda assim, o Nordeste concentra a maior taxa de desocupação (8,7%), enquanto o Sul registra a menor (3,6%).
Entre os estados, Rondônia lidera na participação de empreendedores na taxa de ocupação, com 36,7% de donos de negócios. No outro extremo, o Distrito Federal aparece com a menor proporção (22,3%), mas com destaque para a maior presença relativa de empregadores formais (5%), reflexo do forte peso do setor público e de um empreendedorismo mais estruturado.
Conta própria x empregadores
Atualmente, os donos de negócio correspondem a 27,4% da taxa de ocupação nacional. A maioria é formada por trabalhadores por conta própria (23,5%), enquanto apenas 3,9% são empreendedores empregadores, com ao menos um funcionário. O Rio Grande do Sul aparece como o estado com maior percentual de empreendedores empregadores (5,2%).
Formalidade em expansão
Outro ponto relevante do levantamento é o avanço da formalização. Entre 2019 e 2024, o percentual de donos de negócios formalizados subiu de 8,1% para 9,3% da taxa de ocupação. Já os informais recuaram levemente, de 18,7% para 18,1%. Apenas sete unidades da Federação superam a marca de 10% de empreendedores formalizados: Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Décio Lima ressaltou a importância desse movimento: “Na medida em que o empreendedor formaliza, ele dá um passo fundamental para escalar o seu negócio, não só para o mercado nacional como para o internacional. O Sebrae é o espaço onde eles podem procurar cursos, formação e apoio para esse processo.”
Campanha Compre do Pequeno
Os dados reforçam o peso dos pequenos negócios, que representam 97% das empresas do país. Em 5 de outubro, Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, o Sebrae promove a campanha Compre do Pequeno, que busca conscientizar consumidores sobre os impactos positivos de priorizar compras em empreendimentos locais. Segundo a instituição, essa escolha ajuda a manter o dinheiro em circulação nas comunidades, fortalece a economia regional e contribui para a geração de empregos.
