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Franchising de serviços cresce e redesenha a rotina urbana em 2026

Expansão das franquias essenciais acompanha lares menores, busca por eficiência e modelos padronizados que ganham espaço nas capitais brasileiras

(Foto: Freepik )

247 - O franchising brasileiro caminha para 2026 sob o efeito direto da expansão acelerada das franquias de serviços, segmento que vem assumindo papel central na dinâmica econômica urbana. A categoria registrou crescimento de 8,9% no faturamento no primeiro trimestre do ano e avançou para 14,2% no segundo trimestre, consolidando-se como o principal motor de desempenho do setor.

O movimento ocorre em paralelo a uma transformação estrutural no perfil das famílias brasileiras. Dados do IBGE mostram que mais de 30% dos domicílios do país já são formados por apenas uma ou duas pessoas, configuração que reduz o espaço físico disponível, limita a infraestrutura doméstica e amplia a demanda por soluções externas de limpeza, manutenção e organização. Nas grandes cidades, o adensamento urbano, o aumento do tempo de deslocamento e o custo elevado da energia reforçam a busca por serviços padronizados, recorrentes e de rápida execução.

Nesse contexto, as franquias de serviços essenciais deixam de ser uma opção complementar e passam a integrar a própria engrenagem da rotina urbana. Modelos como lavanderias de ciclo rápido ganham relevância por oferecerem previsibilidade, agilidade e menor custo operacional em um cenário no qual o consumidor precisa administrar o tempo com mais rigor. “A rotina urbana mudou de forma definitiva. As pessoas não querem só conveniência, querem tempo real, menos fricção e previsibilidade”, afirma Isaelson Oliveira, CEO do Grupo Hi.

Segundo o executivo, fatores como a redução do tamanho dos lares, o aumento do custo energético e a intensificação das jornadas de trabalho têm acelerado a migração para operações profissionais e padronizadas, capazes de resolver tarefas recorrentes com eficiência e constância. A tendência, segundo ele, não é conjuntural, mas estrutural, e tende a se consolidar ao longo de 2026.

A busca por eficiência também se reflete na agenda da sustentabilidade. O avanço desse tema no varejo de serviços direciona o consumidor a modelos que reduzem o consumo de água e energia, além de minimizar desperdícios. Enquanto máquinas domésticas convencionais podem utilizar até 135 litros de água por ciclo, operações profissionais trabalham com uma média de 48 litros, o que representa uma redução de cerca de 65% no uso de água, além de ciclos de aproximadamente 60 minutos.

Esse contraste atende a duas pressões simultâneas vividas nas capitais brasileiras: o custo elevado da energia elétrica e a limitação dos espaços residenciais, que tornam cada vez mais difícil manter uma rotina doméstica de lavagem sem comprometer tempo e orçamento. A equação entre economia de recursos e ganho de produtividade reforça a atratividade dos serviços terceirizados.

É nesse ambiente que redes como a Lavanderia 60 Minutos, do Grupo Hi, ampliam sua presença no mercado. A marca soma cerca de 890 unidades em operação até dezembro, com outros 300 pontos em fase de implantação, consolidando-se como uma das maiores plataformas de serviços essenciais do país. O modelo combina ciclos rápidos, padronização operacional e uso eficiente de água, alinhando-se às demandas da vida urbana contemporânea.

“Quando você resolve uma necessidade semanal que não desaparece, a demanda deixa de oscilar e passa a acompanhar o ritmo da cidade”, afirma Isaelson Oliveira. Para o executivo, a convergência entre sustentabilidade, praticidade e organização da rotina tende a colocar as franquias de serviços essenciais como um dos pilares mais estáveis e resilientes do franchising brasileiro no horizonte de 2026.