Liderança com inteligência emocional melhora desempenho e reduz rotatividade
Especialista defende que escuta ativa, empatia e estabilidade emocional são diferenciais estratégicos para líderes e organizações
247 - Liderar com empatia e equilíbrio emocional deixou de ser uma habilidade complementar e passou a ser um diferencial competitivo no ambiente corporativo. Empresas lideradas por profissionais com maturidade emocional têm até 23% mais eficácia na gestão de conflitos e apresentam 20% menos rotatividade. Para Carla Martins, vice-presidente do SERAC — hub de soluções corporativas que atua nas áreas contábil, jurídica, educacional e tecnológica —, esse cenário comprova que inteligência emocional é hoje uma competência central para qualquer gestor.
“Liderar vai além do conhecimento técnico. É preciso sensibilidade para lidar com pessoas, compreender cenários complexos e tomar decisões equilibradas mesmo sob pressão”, afirma Carla. Ela coordena no SERAC programas internos focados em autoconhecimento, empatia, comunicação não violenta e resolução de conflitos. “Nossa experiência mostra que o desenvolvimento emocional transforma o clima organizacional. Equipes mais equilibradas se tornam mais engajadas, produtivas e comprometidas com os resultados”, acrescenta.
Estudos reforçam a visão da executiva. Um levantamento da consultoria TalentSmart revelou que 90% dos profissionais com alto desempenho apresentam elevados níveis de inteligência emocional. A mesma pesquisa indica que essa competência pode representar até 58% da performance em cargos de gestão. Para Carla Martins, liderar com inteligência emocional envolve principalmente escuta ativa, clareza no feedback e estabilidade em situações adversas. “Ambientes que cultivam segurança psicológica são os que mais inovam. Quando o time se sente ouvido e respeitado, ele contribui mais e erra menos”, explica.
Outro aspecto essencial, segundo Carla, é a capacidade de tomar decisões com equilíbrio, especialmente sob pressão. Um estudo da consultoria Korn Ferry aponta que líderes com inteligência emocional desenvolvida têm 32% mais chances de tomar decisões corretas em momentos críticos. “A maturidade emocional oferece clareza. Ela permite separar reações impulsivas de análises objetivas e evita decisões precipitadas que podem comprometer o time e o negócio”, ressalta.
A especialista também destaca a importância do feedback contínuo como ferramenta de motivação e alinhamento. “As pessoas precisam saber onde estão indo, o que estão fazendo bem e no que podem evoluir. O líder que estabelece esse canal de forma clara reduz ruídos, fortalece o vínculo com a equipe e melhora a performance”, analisa.
Nos processos de recrutamento, a inteligência emocional também tem ganhado destaque. Segundo dados da PageGroup, empresas estão valorizando cada vez mais candidatos que demonstram equilíbrio emocional, capacidade de diálogo e empatia. Para Carla, essa mudança reflete uma compreensão mais profunda sobre o papel da liderança nos ambientes colaborativos. “Saber lidar com gente virou uma competência técnica. As organizações entenderam que quem não sabe ouvir, negociar ou dialogar não consegue entregar resultados consistentes”, afirma.
O Fórum Econômico Mundial reforça essa tendência ao listar a inteligência emocional entre as dez competências mais valorizadas no mercado de trabalho até, pelo menos, 2027. Na visão de Carla Martins, trata-se de uma urgência estratégica. “Liderar com empatia, equilíbrio e clareza emocional não é mais apenas desejável — é essencial para construir negócios sustentáveis e saudáveis”, conclui.
