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Roberta Negrini apresenta moda sustentável e inclusão social na Conferência Nacional de Resíduos Sólidos

Projeto Eu Visto o Bem transforma tecidos descartados em peças únicas e capacita mulheres em situação de vulnerabilidade no sistema prisional

Roberta Negrini encara a sustentabilidade como um caminho de inclusão social (Foto: Erivelton Viana/Sebrae)

247 - A II Conferência Nacional de Resíduos Sólidos, realizada em Brasília até 29 de agosto, tem reunido experiências transformadoras que conectam inovação, sustentabilidade e impacto social. Segundo reportagem do Sebrae, um dos pontos altos do evento, no Espaço Sebrae, foi a participação de Roberta Negrini, idealizadora do Movimento Eu Visto o Bem, que defende uma moda sustentável baseada no upcycling — o reaproveitamento criativo de materiais descartados.

O projeto criado por Negrini rompe com a lógica tradicional da indústria têxtil ao unir propósito social e geração de renda. A iniciativa promove a capacitação de mulheres privadas de liberdade ou egressas do sistema prisional, oferecendo oportunidade de ressocialização por meio da moda. Tecidos que seriam rejeitados por grandes indústrias ganham nova vida ao se transformarem em roupas, bolsas, acessórios e brindes.

“O movimento demonstra que a sustentabilidade também representa uma oportunidade para negócios lucrativos e transformadores”, afirmou Roberta Negrini. “Quando empreendedores compreendem o valor da economia circular, eles não apenas reduzem impactos ambientais, mas também geram inclusão social e novas oportunidades de renda.” Hoje, o Eu Visto o Bem mantém quatro núcleos produtivos, três deles instalados em penitenciárias femininas de São Paulo.

A presença da empreendedora no Espaço Sebrae reforçou a ideia de que sustentabilidade vai muito além da pauta ambiental, englobando também os impactos sociais e econômicos. Para Camila Andrade, do Centro Sebrae de Sustentabilidade, é essencial que pequenos negócios incorporem essa visão de forma estratégica. “Ser sustentável é ser competitivo”, destacou.

Segundo Andrade, as pressões vêm de todos os lados: consumidores cada vez mais exigentes e a necessidade de as empresas adotarem práticas internas alinhadas a critérios ESG. O Sebrae apoia esse processo por meio de consultorias, capacitações e conteúdos que ajudam os empreendedores a implementar soluções sustentáveis no dia a dia.

O Espaço Sebrae, montado no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, também é um exemplo vivo de economia circular. Toda a estrutura foi construída com materiais reaproveitados, como garrafas, CDs e lonas coletados em sebos e cooperativas. Após o evento, os itens serão desmontados e encaminhados para reuso pela Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop), que reúne catadoras e catadores de diversas associações.

Além das palestras sobre moda sustentável, o estande oferece atrações para diferentes públicos. Entre elas, estão um painel interativo sobre o Pró-Catadores, projeto que fortalece o trabalho de cooperativas de reciclagem, jogos educativos como o Jogo da Memória Sustentável e consultorias especializadas para empreendedores interessados em adotar práticas de sustentabilidade em seus negócios.