Sebrae e Estímulo firmam parceria para ampliar crédito a micro e pequenas empresas
Fundo Fampe garante operações que devem liberar R$ 72 milhões no primeiro ano, com foco em mulheres empreendedoras e Amazônia Legal
247 - Em uma iniciativa inédita para fortalecer os pequenos negócios, o Sebrae anunciou parceria com o Estímulo, fundo de impacto criado durante a pandemia para apoiar micro e pequenos empreendedores. A informação foi divulgada pelo próprio Sebrae. O acordo, estruturado por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), permitirá ampliar o acesso ao crédito, além de oferecer capacitação, consultoria e orientação técnica.
Para o primeiro ano de operação, a expectativa é de R$ 72 milhões desembolsados. Do total, R$ 24 milhões serão reservados a mulheres empreendedoras e R$ 9 milhões para empresas da Amazônia Legal. A previsão é de impactar cerca de mil negócios, com ticket médio de R$ 85 mil em crédito simplificado, contribuindo para a geração estimada de 8,7 mil novos empregos.
Desde sua criação, o Estímulo já originou mais de R$ 350 milhões em crédito, apoiando mais de 5,2 mil empreendedores que não tinham acesso às linhas tradicionais. Segundo dados do fundo, esse apoio contribuiu para a criação de 55 mil empregos, com foco em regiões de baixa renda (92%) e no fortalecimento do protagonismo feminino (54%).
O norte do país segue como prioridade estratégica da iniciativa. As linhas de crédito contam com taxas entre 1,99% e 2,99% ao mês, inferiores às do mercado convencional, prazo de carência de até dois meses e possibilidade de parcelamento em até 24 vezes. Todo o processo é digital, com liberação do recurso em até cinco dias.
Idealizado por Eduardo Mufarej e mais de 50 cofundadores — entre eles Abilio Diniz, Ticiana Rolim e Ana Fontes —, o Estímulo é atualmente liderado por Vinícius Poit, CEO do fundo. A estratégia tem como base o modelo de blended finance (financiamento misto), que combina doações e investimentos de impacto de diferentes naturezas — públicos, privados e filantrópicos — para estimular projetos sustentáveis em países em desenvolvimento.
A estrutura financeira é organizada em um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), no qual doadores assumem cotas subordinadas e investidores de impacto ficam com as cotas seniores. O Fampe destinou R$ 6 milhões para garantir as operações do FIDC Estímulo Brasil. Além de retorno financeiro, a proposta busca gerar benefícios sociais e ambientais, com acompanhamento técnico do Insper Metrics e aplicação da metodologia de Teoria da Mudança, desenvolvida pela economista Ligia Vasconcellos, especialista em avaliação de impacto social.
