Sebrae e MDIC investem R$ 107 milhões e fortalecem cooperativas da Amazônia
Programa Coopera+ Amazônia impulsiona 50 cooperativas e 9,3 mil famílias com inovação, tecnologia e acesso a mercados durante os próximos quatro anos
247 - O Sebrae e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciaram nesta segunda-feira (17), durante a COP30, um investimento de R$ 107 milhões para fortalecer o cooperativismo extrativista na Amazônia Legal. A informação foi divulgada no evento pela equipe do Sebrae e do MDIC, que apresentaram o novo programa Coopera+ Amazônia. O projeto vai atender 50 cooperativas e cerca de 9,3 mil famílias de cinco estados — Maranhão, Rondônia, Pará, Acre e Amazonas — ao longo dos próximos quatro anos.
Segundo os organizadores, o Coopera+ Amazônia nasce da união de dois programas anteriores, o Coop+ Produtiva e o ALI Coop, e se estrutura para atuar em cadeias produtivas consideradas estratégicas na região. Castanha-do-brasil, babaçu, açaí e cupuaçu estão entre os principais focos do programa, que pretende ampliar o valor agregado dos produtos, melhorar a produtividade e abrir novas oportunidades comerciais, sobretudo para pequenos produtores que vivem do extrativismo.
O lançamento teve a presença do vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, que enfatizou o caráter econômico e ético da iniciativa. “O cooperativismo nos permite ganhar escala e é um instrumento essencial para reduzir custos, ampliar mercados e melhorar a renda das comunidades”, afirmou. Para Alckmin, o Brasil tem um compromisso histórico com as atuais e futuras gerações. “Começamos com investimento de R$ 107 milhões, que tende a crescer significativamente, para preservar as florestas e transformar a bioeconomia em alavanca de geração de empregos, renda e desenvolvimento sustentável”, disse.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou a relevância do projeto entre as iniciativas brasileiras apresentadas na COP30. Para ele, o programa reforça a bioeconomia como um eixo central para enfrentar a crise climática, ampliar a inclusão produtiva e valorizar o uso sustentável dos recursos naturais. “O Coopera+ Amazônia marca um novo ciclo de desenvolvimento na Amazônia. Fortalece quem vive da floresta, amplia renda e leva inovação para dentro das cooperativas. Assim construímos um modelo de desenvolvimento que protege, inclui e gera prosperidade”, declarou.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também defendeu o caráter tecnológico e ambiental da proposta. “Temos que garantir produtividade e acesso à tecnologia, de modo que a economia rural retenha os jovens no campo, assegure a sucessão familiar e gere prosperidade”, afirmou. Ele reforçou que o acesso a tecnologias adequadas é fundamental para que as comunidades possam preservar a floresta, recompor áreas degradadas, conservar a biodiversidade e ampliar a captura de carbono, mantendo em pé a Amazônia.
Como o programa vai funcionar
O Coopera+ Amazônia terá atuação integrada em municípios prioritários para o combate ao desmatamento, polos de bioeconomia e unidades de conservação. Entre as ações estruturantes estão:
- apoio gerencial e de inovação por meio do ALI Coop, com atuação direta dentro das cooperativas;
- assistência técnica rural para aperfeiçoar a produção dos cooperados;
- aquisição de máquinas e equipamentos que permitam mecanização, modernização e maior eficiência nos negócios coletivos;
- criação de escritórios de negócios voltados a facilitar o acesso a mercados nacionais e internacionais.
Coordenado pelo Sebrae em parceria com o MDIC e diversas instituições setoriais, o Coopera+ amplia o trabalho iniciado pelo ALI Coop, que superou as expectativas de adesão e revelou a crescente demanda por inovação entre cooperativas da Amazônia Legal. Nesta nova fase, cada cooperativa será acompanhada continuamente por equipes especializadas responsáveis por diagnosticar desafios, qualificar processos, aperfeiçoar a gestão e orientar estratégias de comercialização e acesso a mercados.
A iniciativa também reúne parceiros estratégicos como o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), a Embrapa e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Juntas, essas instituições pretendem consolidar um ambiente de apoio técnico e institucional capaz de ampliar a competitividade das cooperativas e fortalecer práticas sustentáveis na Amazônia.
