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Sebrae lança programa global para levar inovação amazônica ao mundo

Inova Amazônia Global Edition vai apoiar 80 empresas sustentáveis da região com foco em internacionalização, investimento e bioeconomia

Sebrae lança programa global para levar inovação amazônica ao mundo (Foto: Aline Massuca/COP30)

247 - Com o olhar internacional voltado para a Amazônia às vésperas da COP30, o Sebrae lançou nesta terça-feira (11) o Inova Amazônia Global Edition, primeiro edital do programa totalmente dedicado a empresas inovadoras da região que desenvolvem soluções sustentáveis com potencial de inserção internacional. A informação é do Sebrae, que apresentou a nova iniciativa no estande da instituição na Green Zone, durante evento preparatório para a conferência climática.

O lançamento marca uma nova fase da política de bioeconomia do Sebrae: depois de apoiar a criação e consolidação de negócios de base sustentável, o foco agora é dar escala, promover a internacionalização e atrair investimentos globais. O objetivo é transformar o potencial da floresta em negócios competitivos, conectados com os desafios climáticos e econômicos do planeta.

O novo edital selecionará 80 empresas da Amazônia que já participaram de programas de aceleração e demonstram alto potencial de crescimento. A jornada inclui capacitação online para estruturação de projetos alinhados à bioeconomia, mentorias especializadas, rodadas de negócios, missões internacionais e conexão com fundos de investimento.

“O Inova Amazônia Global Edition nasce para acelerar essas empresas para o mundo, mostrando que inovação de alta performance também brota na floresta”, afirmou Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae. Segundo ele, a iniciativa “reforça a vocação da região para gerar soluções tecnológicas e modelos produtivos competitivos”.

Quick destacou ainda que a instituição quer aproximar empreendedores e pesquisadores em torno de projetos que resolvam desafios locais ou que aproveitem insumos da floresta de forma sustentável. “Chegamos à COP30 com negócios capazes de transformar cadeias produtivas inteiras e atrair investimentos internacionais”, completou.

Durante o evento, Elisa Calcaterra, representante adjunta do PNUD no Brasil, e Juliana Ghizzi, diretora de Política de Propriedade Intelectual e Infraestrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), reafirmaram a parceria com o Sebrae. Ambas ressaltaram a importância de instrumentos como o Inova Amazônia para consolidar a bioeconomia como eixo estratégico de desenvolvimento regional e global.

Histórias que inspiram o futuro

O Inova Amazônia já impulsionou negócios que se tornaram referência em inovação sustentável. Um dos exemplos é a Engenho, empresa que transformou o açaí em um “café” natural, sem cafeína, hoje exportado para Estados Unidos, Europa, Austrália e América Latina.

A fundadora, Valda Gonçalves, conheceu o programa quando ainda estava desenvolvendo o protótipo do produto. “O Inova Amazônia foi a virada de chave. Cresci em cinco anos o que levaria 10. Gosto de dizer que o Sebrae é meu caminho asfaltado”, contou Valda, que participou de mentorias e conexões internacionais promovidas pelo programa, inclusive na Alemanha.

Outro caso de sucesso é o da Saboaria Rondônia, primeira indústria de cosméticos naturais instalada em área rural amazônica. Utilizando bioativos como buriti e copaíba, a empresa combina sofisticação, rastreabilidade e valorização das cadeias extrativistas — em especial as lideradas por mulheres. “O programa consolidou uma visão de futuro em que floresta, empreendedorismo e inovação caminham juntas”, afirmou Jaqueline Freire, idealizadora da marca.

Resultados e impacto consolidado

Desde sua criação, em 2021, o Inova Amazônia vem fortalecendo o ecossistema de bioeconomia na região. Em suas duas primeiras edições, o programa:

  •  Acelerou 409 empresas e apoiou 660 ideias;
  •  Investiu R$ 16 milhões em bolsas para sócios empreendedores;
  •   Gerou resultados expressivos:
    17% das participantes depositaram patentes;
    22% receberam investimentos;
    31% iniciaram o processo de internacionalização;
    56% contrataram novos empregados;
    62% aumentaram o faturamento;
    90% desenvolveram novos produtos.

Agora, com o Global Edition e novos parceiros estratégicos, o Sebrae pretende inserir a bioeconomia amazônica na rota dos grandes fundos internacionais. “A Amazônia pode liderar uma nova economia baseada em ciência, tecnologia e uso sustentável da floresta. Nosso papel é garantir que essas empresas tenham acesso ao que o mundo tem de mais avançado em mercado, investimento e conhecimento”, reforçou Bruno Quick.