Startups de tecnologia lideram ecossistema de inovação no Brasil
Levantamento do Observatório Sebrae Startups mostra domínio da área de TIC em todas as fases de maturidade e revela avanço de edtechs e agritechs
247 - Enquanto o mundo debate os caminhos da inovação, o Brasil consolida sua posição como um dos principais polos de startups de base tecnológica. De acordo com levantamento do Observatório Sebrae Startups, a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) domina o ecossistema nacional em todos os estágios de maturidade das empresas. O estudo, baseado em dados de mais de 15 mil startups atendidas ou cadastradas em iniciativas do Sebrae, reforça o protagonismo crescente do setor.
Os resultados mostram que a presença das chamadas “techs” aumenta à medida que as startups amadurecem. No estágio de Validação, a TIC já representa 15% do total de negócios mapeados. Na Tração, esse percentual sobe para 17%; no Crescimento, atinge 18%; e, na Escala, chega a 19%. O movimento evidencia a consolidação de um caminho tecnológico consistente, que impulsiona o crescimento de forma sustentável.
Educação e saúde se destacam como setores estratégicos
Além do domínio da TIC, dois setores aparecem com força no cenário brasileiro: Saúde e Bem-Estar e Educação. As healthtechs figuram como o segundo maior grupo entre as startups em fase inicial, respondendo por 13% do total. No entanto, perdem representatividade nas fases mais avançadas, o que indica desafios na expansão de seus modelos de negócio. Já as edtechs seguem trajetória oposta: começam com 9% na base, mas se consolidam como o segundo maior grupo na fase de Escala, mantendo o mesmo percentual.
“O dado mais revelador é que as edtechs, embora comecem menores em volume, demonstram uma capacidade singular de escalar. É um sinal claro de que soluções educacionais baseadas em tecnologia têm alto potencial de crescimento sustentável”, destaca Cristina Mieko, Head de Startups do Sebrae.
Agronegócio digital reforça pilar da economia
O Agronegócio, setor historicamente estratégico para o Brasil, também se destaca no universo das startups. As agritechs figuram entre os cinco segmentos com maior número de negócios em praticamente todas as fases de maturidade. Apesar de representarem 5% das startups em estágio de Escala, sua presença é constante desde a base, com 8% na fase de Validação. Esse desempenho demonstra a importância crescente da inovação digital no campo, com soluções que vão da gestão de propriedades rurais ao monitoramento por sensores e inteligência artificial.
Um ecossistema movido por SaaS e modelo B2B
O relatório do Observatório também revela os motores que impulsionam esse crescimento. Mais de 70% das startups brasileiras operam no modelo B2B, direcionado à venda de produtos e serviços para empresas. Além disso, o software como serviço (SaaS) se consolida como o principal produto e modelo de receita em todas as fases de maturidade.
“O que vemos é uma consolidação dos modelos de negócios baseados em software, com forte presença no B2B e uma lógica de escalabilidade que funciona bem no cenário brasileiro. O desafio agora é apoiar cada vez mais startups fora dos grandes centros para que esse crescimento seja mais distribuído”, conclui Cristina Mieko.
