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Entrevistas

“A Rússia não vai nos cancelar”, diz Celso Amorim à TV 247

Assessor-chefe do presidente Lula afirmou que Moscou compreende perfeitamente a complexidade da posição adotada pelo Brasil na votação da ONU

Celso Amorim e Vladimir Putin (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Sputnik/Grigory Sysoev/Pool via REUTERS)
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247 - Assessor-chefe da Assessoria Especial de Lula, Celso Amorim assegurou, em entrevista à TV 247 nesta terça-feira (28), que a Rússia não vai "cancelar" o Brasil pelo voto favorável à resolução da ONU que demanda a retirada integral das tropas russas do território ucraniano. 

Segundo o ex-chanceler, Moscou compreende perfeitamente a complexidade da posição adotada pelo Brasil na votação. Ele afirma, ao contrário do que alguns analistas críticos apontaram, que Brasília não se curvou diante das pressões de países ocidentais, adotando uma posição coerente pró-paz. 

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"O Brasil não cedeu aos Estados Unidos no voto da ONU. A decisão sobre esses votos é sempre uma coisa muito complexa, que às vezes está milimetricamente para um lado ou para o outro. Depois de muita reflexão, juntamente como o Ministério das Relações Exteriores, o ministro Mauro (Vieira) e o pessoal da ONU, chegou-se à conclusão de que era melhor o Brasil votar a favor da resolução sem copatrocinar, o que é uma coisa importante porque desejavam que o Brasil copatrocinasse, até porque tinham sido aceitas algumas emendas do Brasil", disse. 

"É possível argumentar que os demais BRICS, fora a Rússia, naturalmente, se abstiveram. Em compensação, todos os governos de centro-esquerda da América Latina votaram a favor da resolução, porque ela tem esses elementos que nós mencionamos. E o Brasil ainda fez uma explicação de voto na qual disse que nada na resolução deve ser usado para obstaculizar o início das negociações. Tem que ser visto como um conjunto. As pessoas que tratam desses temas veem isso como um conjunto, mas isso chega na mídia e um pega uma coisa e o outro pega outra", prosseguiu. 

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"Para o Brasil poder estar credenciado a participar de um processo de paz, talvez um grupo de países, como o presidente Lula tem pedido, o Brasil tem que se colocar de uma maneira que ele não seja cancelado por um grupo grande de países. A Rússia não vai nos cancelar, porque ela sabe que nós não fornecemos munição, que foi pedida expressamente pela Alemanha para os canhões dos tanques alemães; o Brasil vota contra as sanções; o Brasil tem criticado o isolamento da Rússia, tem feito vários pronunciamentos dizendo que é importante olhar para a paz", frisou. 

Na entrevista, Amorim também confirmou que o presidente Lula deve conversar com seu homólogo em Kiev, Volodymyr Zelensky, por telefone, mas que esse evento não fará parte de negociações de paz. 

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