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Entrevistas

“Me sinto indignada, não somos respeitados”, diz liderança indígena

Declaração é de Andrya Kiga, da etnia Boe Bororo, ativista dos direitos dos LBTQI+ indígenas. “Nosso povo está aqui há 520 anos lutando, resistindo, mantendo o equilíbrio da natureza e ele ainda nos acusa de estarmos tocando fogo no Pantanal”, desabafou também Chirley Pankará, codeputada estadual pelo PSOL (SP)

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247 - As questões indígenas estiveram em pauta no programa “Um Tom de resistência” desta semana. Chirley Pankará, do povo Pankará, e Andrya Kiga, da etnia Boe Bororo, foram as entrevistadas. Chirley, que é pedagoga, mestre em educação e codeputada estadual pelo PSOL (SP), iniciou fazendo uma análise sobre o que o governo Bolsonaro representa para os indígenas. “Ter no governo um presidente que mesmo antes de ser eleito já havia dito que não demarcaria nem mais um centímetro de terra para o nosso povo, só nos entristece. Nosso povo está aqui há 520 anos lutando, resistindo, mantendo o equilíbrio da natureza e ele ainda nos acusa de estarmos tocando fogo no Pantanal”, desabafou.

Na mesma linha, Andrya, que é universitária e ativista dos direitos dos LBTQI+ indígenas, mostrou-se inconformada com o descaso de Bolsonaro com as populações indígenas. “Eu acho uma falta de respeito com os povos originários. Eu me sinto indignada, porque aqui nós vivemos, construímos uma grande história de espiritualidade, temos a herança dos nossos antepassados em cada canto desse país e não somos respeitados”, disse Andrya, acrescentando que Bolsonaro não demonstra respeito pelo povo brasileiro. “Ele ignora que todos que nasceram no Brasil carregam no sangue uma mistura de raças e culturas”, pontuou.

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A situação dos indígenas durante a pandemia também é uma preocupação dos ativistas. Em condição de vulnerabilidade, eles não contam com a assistência do governo federal, que optou por relativizar a pandemia e invisibilizar as mortes provocadas por ela. Chirley Pankará entende que a culpa pela situação deve ser dividida entre o governo e parte da sociedade que o elegeu. “Espero que daqui pra frente a sociedade possa rever as suas escolhas, observando todo esse descaso, esse retrocesso e essa negação de direitos que esse governo representa. Eu tenho a esperança de que as pessoas caiam em si e enxerguem que não temos um bom presidente”, afirmou Chirley.

O preconceito contra a cultura e a religiosidade indígena também é uma prática do atual governo. Respondendo sobre a intenção da ministra Damares Alves, de realizar um processo de evangelização dos povos indígenas, Andrya chama a atenção para o desrespeito com os costumes religiosos indígenas. “É preciso ter respeito com as nossas tradições. Todos os povos indígenas possuem suas crenças e sua espiritualidade. A minha cultura boe bororo sofreu muito com um processo de catequização realizado pela Igreja Católica nas aldeias. Éramos proibidos de falar em nosso idioma nativo e nossos rituais eram classificados como demoníacos”, falou Andrya. Ela também confessou já ter recebido ameaças de agressão física por parte de bolsonaristas em função de sua orientação de gênero.

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