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Entrevistas

Chanceler brasileiro diz que Brasil busca "equilíbrio construtivo" entre Rússia e Ucrânia

Mauro Vieira também criticou o que chamou de “cancelamento” da Rússia pela comunidade internacional

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante declaração conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, à imprensa, no Palácio Itamaraty (José Cruz/Agência Brasil) (Foto: Roberta Namour)
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Agência Câmara – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (24) na Câmara dos Deputados que o Brasil adota um “equilíbrio construtivo” na posição sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, ao mesmo tempo condenando a invasão do território ucraniano e criticando o que chamou de “cancelamento” da Rússia pela comunidade internacional, o que dificultaria o diálogo pelo fim da guerra.

O chanceler foi questionado pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) sobre o posicionamento do governo Lula em relação ao conflito Rússia-Ucrânia. “Vemos a hesitação do nosso corpo diplomático em reuniões como, por exemplo, a do Conselho de Segurança das Nações Unidas de condenar, com mais veemência, o que a Rússia tem feito contra a Ucrânia. Também a própria postura do presidente Lula, que virou praticamente um isolado pária internacional na reunião do G-7, no que diz respeito à conversa com o presidente Zelensky, que acabou não acontecendo”, disse o deputado.

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O deputado General Girão (PL-RN) classificou como dúbia a posição do presidente da República sobre a guerra. Em resposta, o ministro Mauro Vieira reiterou que o presidente defende a paz e a negociação entre os dois países.

Mercosul e União Europeia – Convidado pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara para falar sobre as prioridades da Pasta, o ministro afirmou que é possível assinar, até o fim do ano, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, mas acrescentou que o governo está examinando um documento enviado pelos europeus com novos itens ambientais, que, segundo ele, desequilibram as negociações.

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“Desejamos um instrumento equilibrado, com ganhos concretos para ambos os lados, tanto em matéria de comércio como de investimentos. Ao mesmo tempo, não aceitamos que o meio ambiente – preocupação legítima e que compartilhamos – seja utilizado como pretexto para exigências despropositadas, para a adoção de medidas de viés protecionista ou, no limite, para retaliações descabidas”, observou.

Ex-ministro do Meio Ambiente, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) cobrou posição mais firme do governo para que o Brasil não seja taxado como “vilão ambiental” e para que os países desenvolvidos paguem o que foi prometido pelos créditos de carbono.

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“Essas negociações, que utilizam o desmatamento como argumento de protelação ou não consecução de acordos, escondem o real problema do tema de mudanças climáticas que são os combustíveis fósseis. Cada vez que nós deixamos a negociação internacional resvalar dentro da área ambiental no tema desmatamento, nós estamos deixando de lado aquilo que eles não querem discutir, que são as emissões decorrentes de combustíveis fósseis. O grande problema das mudanças climáticas não tem nada a ver com o desmatamento da Amazônia, é combustível fóssil”, disse Salles.

Unasul e Celac – Alguns parlamentares, como o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), criticaram o reingresso do país na União de Nações Sul-Americanas (Unasul), pelo fato de o grupo reunir países considerados não democráticos.

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O chanceler Mauro Vieira lembrou que o País já se reintegrou à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), e defendeu a Unasul, dizendo que muitas crises foram resolvidas no âmbito do grupo. Ele lembrou o compromisso de Lula – durante a campanha eleitoral – de revalorizar a integração regional.

“Estamos cientes de que há diferentes expectativas e visões na região em relação à integração, mas estamos também convencidos de que há denominadores comuns, a começar pelo reconhecimento da necessidade de trabalhar conjuntamente com nossos vizinhos imediatos para fazer frente aos múltiplos desafios que compartilhamos”, disse Vieira.

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G-7 e OCDE – O ministro das Relações Exteriores apontou esforços do governo brasileiro em ações de política externa: informou que ele já se encontrou com 90 interlocutores estrangeiros e que o presidente Lula teve conversas com representantes de 30 países. Ele evidenciou a participação do país na reunião do G-7, em Hiroshima, no Japão, negando que o Brasil tenha ficado isolado nas discussões.

O titular do Itamaraty também citou negociações com os países sul-americanos sobre segurança das fronteiras e com os Estados Unidos sobre mudanças climáticas. Ainda destacou a questão amazônica como um tema estratégico e ressaltou que o governo está examinando a proposta, que ele classificou como “complexa”, de ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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