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Entrevistas

Eduardo Moreira: reforma administrativa mantém intocada a elite do funcionalismo público

Segundo o economista, a reforma administrativa proposta por Paulo Guedes ainda estabelece uma chantagem da iniciativa privada sobre o Estado: “igual sequestrador quando está no banco e não libera o refém nunca”, já que ela será a única alternativa para financiar o País após o estrangulamento da capacidade de investimento público. Assista na TV 247

Eduardo Moreira e Paulo Guedes (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Adriano Machado/Reuters)
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247 - O economista Eduardo Moreira destrinchou na TV 247 os detalhes da reforma administrativa proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao Congresso Nacional e esclareceu que a elite do funcionalismo público, ou seja, juízes, parlamentares e militares, por exemplo, e seus supersalários não serão afetados.

Ele explicou que a reforma é cruel porque impacta apenas nos servidores comuns, que muitas vezes recebem salários abaixo da média da profissão na iniciativa privada, ainda que cumpram serviços que este setor não oferece. “Quando a gente está falando dessa reforma, todo mundo vai com ódio nessa história achando que está atacando aquele político que tem uma aposentadoria e não sei o quê, aquele juiz que ganha R$ 300 mil, R$ 400 mil. Mas na verdade essa turma está intocada, como foi intocada na questão lá da reforma da Previdência. A gente está pegando o servidor que é a enfermeira, o médico, a professora, é essa turma que a gente está pegando, e é uma turma que já ganha menos do que a média da iniciativa privada e vai aonde a iniciativa privada não vai. O professor da escola privada não vai lá onde o bicho pega, o enfermeiro e o médico não vão lá onde o bicho pega. Só vai o servidor público, é o cara que serve a todos nós. Então é muito importante a gente desmontar esses mitos”.

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De acordo com Eduardo Moreira, a reforma administrativa de Guedes faz o Brasil refém diante do setor privado, que será a única opção para financiar o Estado depois do estrangulamento da capacidade de investimento público. “Qual o objetivo final disso? Você pega, estrangula a capacidade de investimento do Estado, faz uma Emenda Constitucional 95, faz um teto de gastos e aí, como o País precisa crescer, a iniciativa privada vem e fala assim: ‘Eu estou vendo nas suas contas que vocês não podem investir nada, então só sobram duas coisas. Primeira: para você abrir um pouco de espaço, sai vendendo tudo que você tem aí. Você não pode mais investir, então é o único jeito de você fazer, vende tudo a preço de banana. E a outra opção que você tem é a gente investir para vocês, mas a gente só vai investir se você fizer tudo que a gente mandar. Eu quero uma reforma administrativa, eu quero uma reforma tributária que não seja progressiva, quero uma que facilite o meu lado de grande empresário, banqueiro. Além disso eu quero uma reforma trabalhista que diminua o custo da mão de obra, eu quero uma reforma previdenciária’. Aí ele vai querendo, querendo e querendo igual sequestrador quando está no banco e não libera o refém nunca. Quando eles aprovarem tudo, aí ele vai liberar o teto de gastos, porque tudo que sair de gasto do Estado não vai mais transbordar para as camadas trabalhadoras da população, vai transbordar só para os donos das empresas, que vão poder se apoderar de tudo”.

Inscreva-se na TV 247 e assista à análise de Eduardo Moreira na íntegra:

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