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“Era considerado inimigo nº 1 da Lava Jato”, diz o agente da PF que denunciou grampo ilegal

Antes de ser afastado, o juiz Eduardo Appio notificou a Superintendência da Polícia Federal do Paraná para que apure a existência de escuta ambiental ilegal

(Foto: $Reprodução)
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247 - Antes do seu afastamento pelo Tribunal Reginal Federal da 4º Região (TRF4), o juiz federal Eduardo Appio, responsável pela Lava Jato, pediu notificação da Superintendência da Polícia Federal do Paraná para que apure a existência de escuta ambiental ilegal instalada na cela ocupada por Alberto Youssef entre 17 e 29 de março de 2014. 

O aparelho foi instalado no forro da cela da carceragem da PF, em Curitiba, para monitorá-lo logo após sua prisão, em 2014. No entanto, não tinha autorização judicial.

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Um delegado e um agente da Polícia Federal foram denunciados criminalmente por terem apontado a existência de grampos ilegais e vícios na sindicância aberta para conduzir o caso.

O agente era Dalmey Fernando Werlang, que em entrevista ao programa Brasil Agora, contou como o núcleo lavajatista agiu para desacreditar e criminalizar a atuação dos agentes que tentavam atuar com isenção.

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"Depois de fazer várias tentativas de condução daquela investigação de forma isenta, ficou o Fantom [delegado Mário Renato Castanheira Fanton], eu e mais um colega de Rondônia tocando. Chegou um momento que teve um racha. Pedi inclusive para tirar a Daniele, eu coloquei um memorando e o Fanton endossou solicitando afastar para montar uma equipe fora daquele ambiente controlado pelo Igor e Daniela, para tocar aquela operação com estável. Mas isso não deu certo" , revelou Werlang.

Ele se refere à delegada Daniele Rodrigues, que ordenou o grampo ilegal e era a então chefe do NIP (Núcleo de Inteligência Policial) do Paraná, superior hierárquica do agente Dalmey.

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Segundo ele, eles foram afastados da operação devido a uma sindicância mentirosa. "Dizia que não tinha equipamento antigo, mas foi instalado sim. Eles não falaram que não havia um mandado judicial, mas foi instalado como se existisse e depois foi descoberto que não havia", denunciou Dalmey.

O delegado Fanton e Dalmey foram denunciados por calúnia por terem denunciado os grampos ilegais. O agente desmascarou o esquema lavajatista porque conseguiu preservar as provas em seu computador.

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“Quando eu estava fazendo a limpeza dos meus equipamentos na Superintendência no NIP, observei que o material da época estava preservado na minha máquina. Enviei um e-mail para a corregedoria, para o Fanton e para o chefe da inteligência em Brasília, informando que a minha máquina deveria ser urgentemente preservada, pois era a materialidade do que estava denunciando e, se não fosse feito isso, seria destruída", relatou o agente.

O equipamento foi preservado e recolhido pela corregedoria para perícia, que comprovou a existência do material e sua ligação com a investigação dos dissidentes. "Na audiência que tive em Brasília, eu era o inimigo número um, o que estava querendo destruir a Lava Jato. Só que eles ainda não tinham os áudios da minha máquina, que tinha ido para perícia. Eu era apenas um suspeito de estar mentindo. Quando foi supervisionado em perícia que aquele material existia e que realmente se tratava do material da cela, fui ouvido novamente", conta.

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Sobre as decisões do juiz Eduardo Appio, Dalmey disse que foram passos importantes para esclarecer e apurar as irregularidades.

“É importante que o próprio juiz exponha aquilo que ele sabe para não haver risco de manipulação. A desinformação é o nosso grande temor porque a gente passar por outra situação dessa a gente não sobreviveria… As especulações que nós sofremos todo esse período foram as especulações da mídia da Lava Jato. Essa mesma mídia que colocou a gente como ‘suspeito de atentado’ na Superintendência”, apontou

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Para o agente, a Justiça federal está acordando. “O Brasil perdeu demais. Eu perdi minha mãe na época da Covid que acreditava na Lava Jato e duvidava até de mim por conta de tudo que a mídia colocou. Acabei perdendo ela porque a vacina não veio, ou seja, a Lava Jato colocou Bolsonaro. Eu fui condenado duas vezes porque eu acabei perdendo minha mãe na pandemia”, disse o delegado emocionado.

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