'Estadão, Folha e Globo querem tornar impossível o governo Lula', diz Moisés Mendes
Jornalista afirma que a imprensa hegemônica brasileira está mais próxima da extrema direita do que do conservadorismo apenas: “essa é uma opção de sobrevivência”
247 - Em uma análise sobre a postura da mídia hegemônica brasileira, o jornalista Moisés Mendes destaca a intensificação dos ataques ao presidente Lula (PT) após a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima. Mendes aponta para uma transformação na base ideológica da imprensa nacional, que, segundo ele, reflete não apenas a perspectiva conservadora, mas também uma perigosa aproximação da extrema direita.
"Tu tem toda uma estrutura de base ideológica da mídia brasileira que reflete, afinal de contas, o que é a mídia conservadora mundial. Os jornais, a televisão, eles têm a índole conservadora. O que está acontecendo no Brasil é uma transição para uma coisa pior," observou o jornalista durante sua entrevista à TV 247.
Mendes aponta para uma estratégia de sobrevivência da mídia tradicional diante da transição para o ambiente virtual, onde a busca por fidelização de um público ultrarreacionário é central. Ele reforça que a mídia não busca mais apenas a base conservadora, mas sim uma base ultraconservadora: "É uma tentativa de se aproximar desse público para alargar essa base da direita. É a mesma estratégia da política. A mídia brasileira está preocupada hoje em reforçar o negócio, em fazer essa transição para esse modelo virtual assegurando uma base reacionária, não mais uma base conservadora".
O jornalista destaca que veículos de grande circulação, como Estadão, Folha e Globo, estão se esforçando para se aproximar desse grupo ultraconservador, visando utilizá-lo como sustentação na transição midiática. Ele argumenta que, ao contrário do passado, os jornais brasileiros hoje estão mais próximos da extrema direita do que do centro conservador, ressaltando ser uma escolha política para a sobrevivência do negócio. O esforço conjunto de tais veículos, segundo o jornalista, vai além da crítica ao governo, sendo uma tentativa articulada de inviabilizar a gestão de Lula.
