Ex-presidente do IBGE defende Pochmann e diz que manipulação é impossível: “notícias plantadas por inconformismo”
Eduardo Pereira Nunes afirmou que órgão é ‘eminentemente técnico’ e questionou acusações contra Lula: “quando os índices de seus governos foram apontados como suspeitos?”
247 - O ex-presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Eduardo Pereira Nunes refutou as críticas de veículos da mídia hegemônica, como a Rede Globo, acerca da indicação do economista Márcio Pochmann para o comando do órgão pelo presidente Lula (PT). A colunista Miriam Leitão, por exemplo, chegou a escrever no jornal O Globo uma série de ataques contra Pochmann, sugerindo que ele poderia manipular dados e índices econômicos do IBGE para favorecer o governo.
Em entrevista ao programa Boa Noite 247, Nunes explicou que o IBGE “é um órgão eminentemente técnico, e como tal, o seu quadro é muito complexo do ponto de vista da cadeia de produção da informação” e que “não é o IBGE, o governo ou o Presidente do Instituto quem define todas as metodologias usadas. Elas são estabelecidas em conferências, acordos e congressos dos quais o IBGE é membro ativo, e em cada uma delas são estabelecidas as formas de cálculo”.
Uma das principais alegações dos críticos da indicação de Pochmann é a de que o economista poderia repetir o intervencionismo no IBGE visto na Argentina durante o governo de Cristina Kirchner. Nunes, no entanto, rejeitou a possibilidade: “essa acusação que se faz do risco de assumir o IBGE e maquiar os números da inflação e manipular dados, isso é impossível porque existe uma equipe técnica que cuida de tudo isso (...) Se uma preocupação dessa natureza tivesse fundamento, teria que ser apoiada numa experiência ocorrida no Brasil, então não adianta você falar do que aconteceu na Argentina na década de 2000”.“Não é assim que a banda toca dentro do IBGE. Certamente, aqueles que plantaram esse tipo de notícia sabem muito bem disso, mas é um inconformismo, assim como vocês estavam comentando antes, com a indicação”, acrescentou o ex-presidente do IBGE, que chefiou o órgão no período de 6 de fevereiro de 2003 a 14 de setembro de 2011.
“Ao presidente da instituição compete organizar esse processo de trabalho e responder pelos resultados e pela gestão da própria administração dos seus recursos humanos, materiais e orçamentários. Esse é o principal papel do gestor da instituição, ele não tem o poder de dizer ‘isso sai, isso não sai’, de uma cadeia de produção que produz inclusive o calendário no início do ano que diz quando que o resultado vai ser divulgado. Então, é absolutamente descabido”.
Por fim, Nunes ainda lembrou que tal manipulação jamais ocorreu durante todos os anos em que o PT esteve no poder e que, pelo contrário, o país obteve uma melhora genuína em seus índices socioeconômicos: “quais desses indicadores foram apontados à época como suspeitos? O mesmo governo, o governo atual é também o governo do presidente Lula, se ele não fez isso antes, qual é a base, qual é o fundamento para dizer que haveria de escolher o Márcio (Pochmann) para fazer isso agora? É um profissional capaz, habilitado, com excelente formação, é acadêmico, é um intelectual, é um pesquisador e é um gestor que tem todos os atributos necessários para desempenhar bem a sua função como gestor de uma instituição do tamanho do IBGE”. ASSISTA:
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