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Entrevistas

Ivanir dos Santos: “a intolerância religiosa nasceu do racismo”

Doutor em história e sacerdote religioso de matriz africana, o professor Ivanir dos Santos criticou as construções sociais que deram origem ao racismo e à intolerância sofrida pelos povos africanos. “O preconceito é justificado como uma verdade absoluta divina”. Assista

Ivanir dos Santos (Foto: Divulgação)
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247 - Racismo e intolerância religiosa foram os temas do programa “Um Tom de resistência” desta semana, que trouxe como convidado o professor e babalorixá Ivanir dos Santos. Abordando o assunto a partir de uma visão histórica, filosófica e antropológica, Ivanir falou sobre o início da perseguição aos cultos africanos no Brasil. “Criou-se o estigma do ‘macumbeiro’, que, na verdade, era o nome dado a quem tocava macumba, um instrumento de percussão utilizado nos cultos. Esses foram os primeiros a sofrerem repressão policial no Brasil, por conta do preconceito religioso”, explicou o professor.

Do ponto de vista filosófico e cultural, Ivanir dos Santos aponta as colonizações realizadas pelos europeus como um dos primeiros fatores responsáveis pela intolerância religiosa. “O primeiro contato dos europeus com outros povos e a percepção que tiveram a respeito de suas culturas os fizeram definir como primitivos, pagãos e inferiores os costumes desses povos. Levando as suas formas de culto religioso a serem demonizadas”, esclareceu. O professor também falou sobre como surgiu a ideia inicial de um estado laico.

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“Em um primeiro momento foi um acordo entre católicos e protestantes. Mas tiveram outras versões, como o estado laico norte-americano, onde o estado respeitava a religião e a laicidade da revolução francesa que era mais radical e colocava a religião no espaço privado sem poder de interferência no público”, explicou.

Os movimentos neopentecostais também foram apontados por Ivanir como tendo um papel importante na disseminação do ódio e do preconceito religioso, além de fortalecerem o capitalismo através da teologia da prosperidade. Segundo o professor, “eles inventaram a teologia da prosperidade, mas, que eu saiba, apenas os pastores prosperam de fato. A maioria dos fiéis dessas igrejas continuam pobres. Assim criaram uma base econômica, que fortaleceu o seu projeto de poder político e fidelizou o voto dos membros para eleger os seus representantes na sociedade.”

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