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Entrevistas

Leonel Brizola Neto: “o papel do Ciro Gomes é dividir a esquerda e colocar Bolsonaro no 2º turno”

Em entrevista à TV 247, o candidato a deputado federal critica os ataques do pedetista ao PT e destaca a importância da eleição de Lula em 1º turno

Leonel Brizola Neto e Ciro Gomes (Foto: CMRJ | REUTERS/Carla Carniel)
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Por Ricardo Nêggo Tom - Não há dúvidas de que as eleições deste ano serão de fundamental importância para o resgate da democracia das mãos do extremismo direitista e da barbárie social que o bolsonarismo representa. O voto útil em Lula, que tem sido defendido até por críticos do ex-presidente, e que tem recebido a adesão de boa parte do eleitorado de candidatos como Simone Tebet e Ciro Gomes, na verdade, se tornou um voto de sobrevivência para uma sociedade brasileira que há quatro anos vem sendo destruída sob a gestão do governo Bolsonaro. Fome, miséria e desemprego voltaram a atingir números alarmantes no país, levando milhões de pessoas a situação de extrema vulnerabilidade alimentar e social.

Neto de Leonel de Moura Brizola, um político que muito antes de se falar em pautas sociais e políticas inclusivas já as defendia em seus programas de governo, Leonel Brizola Neto considera que o momento é de unir forças contra o fascismo e acabar, já no primeiro turno, com a tragédia promovida por Bolsonaro como política de governo. Em entrevista ao programa Um Tom de resistência, na TV 247, ele também questiona o “pedetismo” de Ciro Gomes e o considera um elemento de divisão dentro da esquerda. “Alguém acha que um trabalhista autêntico teria sido funcionário do alto escalão da Vale? A origem embrionária do Ciro é da direita, e foi por ali que ele começou a sua vida política. E parece que os ”ciristas”, que nunca leram o livro escrito pelo Ciro Gomes com o auxílio do Mangabeira Unger, acham que eles inventaram a nova roda e que dali irá surgir todas as soluções para o país. Isso é uma grande cascata”.

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Brizola Neto critica a arrogância e vaidade de Ciro Gomes, lembrando que a sua postura em nada lembra a do fundador do partido pelo qual ele disputa a presidência da República. “É lamentável o papel que ele representa. O meu avô Leonel Brizola ensinou que política não se faz com vaidades, não se faz com ressentimentos, e, muito menos, com ódio. Os trabalhistas são os primeiros a proporem aliança para impedir a direita de chegar ao poder, porque ela massacra o povo. Só que nesse momento, estamos lidando com a extrema direita. E ela, assim como a direita e como o fascismo, beneficia a burguesia. E o Brizola dizia que se a esquerda não se unisse, seríamos degraus de uma escada para a direita chegar ao poder. E por irresponsabilidade dessa extrema direita que chegou ao poder para com o povo brasileiro, estamos pagando um preço altíssimo. Fome, miséria, violência, subnutrição. Nós temos metade da população brasileira passando fome e ganhando um salário mínimo ou menos. É inaceitável para um país com tanta riqueza. De que adianta batermos recordes de produção e exportação no agronegócio se o povo está morrendo de fome?”. Mais contundente em sua análise, Neto entende que “Ciro Gomes está fazendo o papel de dividir a esquerda para colocar Bolsonaro no segundo turno. E isso nos faz correr um sério risco, porque os números de Bolsonaro vão aumentar no segundo turno, podendo chegar a 40%, e estaremos o qualificando como o grande representante da extrema direita na América Latina, o transformando numa oposição de fato e alimentando a sua bancada, o que nos faria perder a governabilidade”.

Comparando Lula ao seu avô, e destacando a capacidade de ambos para “ler gente”, Brizola Neto evoca a história de vida humilde e a identificação que os dois criaram com o povo, o que, na sua opinião, é o motivo da perseguição sofridas por eles por parte da elite brasileira. “A infância humilde do Brizola o preparou para as grandes batalhas que ele enfrentou durante a vida. Ele tinha duas obsessões durante a juventude nas quais ele focava muito, que era amor pelo povo brasileiro e a educação popular. Todas dificuldades que ele enfrentou sendo filho de camponeses, tendo que lutar por terra, tendo que se esforçar muito para chegar a universidade, o fez perceber desde cedo o valor do trabalho, o valor da terra e a questão da educação pública como emanc ipação e o caminho da verdadeira liberdade para o ser humano. E o Lula é a mesma coisa. Sabe ler gente porque veio do povo, sentiu na pele o que é passar fome, ser discriminado, vir para o Sudeste e passar todo tipo de adversidades. E quando ele administrou o país, não esqueceu da sua história de vida. Ou seja, são duas pessoas que sofreram na carne todo um problema da miséria do país, da fome, do desalento, da falta de infraestrutura, de educação. E nos seus atos, sempre que tiveram oportunidade governaram para aqueles que mais necessitavam. Por isso, sempre foram bombardeados pela elite. Por darem cidadania, de fato, aos mais pobres”.

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Com três mandatos como vereador, Leonel Brizola Neto agora concorre a uma vaga para o Congresso Nacional. Ele falou sobre as suas propostas e sobre a importância de elegermos parlamentares da base progressista para garantir a governabilidade de Lula como presidente da República. “Eu dediquei doze anos da minha vida pública ao município do Rio de Janeiro, na qual me empenhei e trabalhei muito na questão da educação pública, na contenção da evasão escolar, contra a especulação imobiliária, contra o processo de gentrificação e a violência do estado contra o povo. A grande luta que teremos em Brasília é refazer essa reforma trabalhista. E isso tem um impacto direto no Rio de Janeiro. Precisamos recuperar o Comperj, o que geraria mais de 200 mil postos de empregos diretos e indiretos. Precisamos trazer essa riqueza do pré-sal que está no mar do Rio de Janeiro para a costa, aproveitar, industrializar essa riqueza. Movimentar termelétricas, infraestrutura, tecnologia, portos, rodovias. A proposta também é aumentar o piso salarial do professor, rever essa maldade que fizeram com a enfermagem, e, principalmente, com os fisioterapeutas, uma categoria que também vem sendo massacrada em nosso país. É um trabalho grande que precisamos ter coragem de fazer em Brasília. Para isso, precisamos aumentar o espectro parlamentar do campo progressista. A grande mudança vai se dar no parlamento, eliminando bancadas que atuam contra os interesses do desenvolvimento do povo brasileiro”.

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