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Entrevistas

Marinho defende revisão de pontos da reforma trabalhista: "a terceirização, do jeito que está, é irmã gêmea do trabalho escravo"

Ministro do Trabalho diz que a terceirização na reforma não precisa ser "abolida, mas feita dentro de um bom senso"

Luiz Marinho (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)
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Opera Mundi - Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, discutiu a reconstrução do mundo do trabalho no país durante o programa 20 MINUTOS desta quarta-feira (10/05) com o jornalista e fundador do Opera Mundi Breno Altman.

A partir de 2016, com a derrubada da presidenta Dilma Rousseff, o mundo do trabalho foi afetado por várias leis que anularam direitos históricos das classes trabalhadoras e atacaram seus sindicatos. 

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O objetivo dos grandes grupos empresariais era achatar salários e garantias trabalhistas para aumentar sua margem de lucro. 

A principal modificação aprovada, durante o governo Michel Temer, foi a reforma trabalhista, cujos pontos mais controversos foram a prevalência de convenções e acordos sobre a legislação, mesmo que sejam desvantajosos para os trabalhadores; legalização do trabalho intermitente e parcial; desconsideração do tempo de deslocamento em transporte fretado e da disponibilidade do trabalhador para a empresa como parte da jornada de trabalho; ampliação do trabalho terceirizado; flexibilização da contratação de prestadores de serviços autônomos; multas em processos trabalhistas contra reclamações consideradas de má-fé; fim da contribuição sindical obrigatória.

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Mas além da reforma trabalhista, retomando políticas dos anos 1990, foram liberadas as contratações terceirizadas e continuaram sem qualquer acolhimento, em termos de direitos, os trabalhadores de plataformas e aplicativos.

O ataque ao mundo do trabalho foi tão agressivo que o próprio Ministério do Trabalho foi extinto, em 2019, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, para ser recriado pelo atual governo.

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Nesta linha, Marinho iniciou a entrevista falando sobre o estado que sete anos de governo Temer e Bolsonaro fizeram com a pasta do Trabalho. "Há uma grande concordância de todos os colegas de governo que o resultado é desmonte e destruição, mas no Trabalho isso é mais agravado do que nos demais Ministérios. Tínhamos uma inteligência montada que foi completamente espalhada, mas estamos organizando e reconstruindo as superintendências, como por exemplo o órgão de pesquisa sobre o mercado de trabalho", declarou o ministro. 

Questionado por Breno Altman sobre a Reforma Trabalhista, Marinho, que também é um  histórico líder sindical, afirma que "encarando a realidade" é necessário que alguns pontos sejam revisados.  

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"Temos um problema crucial que é a ultratividade [prolongação de um acordo coletivo de trabalho para além da sua vigência´]; também precisamos rever a prevalência dos acordos que prevalecem sobre a lei; e a terceirização, que do jeito que está, é irmã gêmea do trabalho escravo", afirma. 

Reconhecendo a necessidade de rever a terceirização na Reforma Trabalhista, Marinho não acredita que ela precisa ser "abolida, mas feita dentro de um bom senso". 

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"Atividade principal não se terceiriza, já atividades complementares pode ser terceirizada, mas mesmo assim é preciso observar a qualidade e transparência dos contratos, com participação do controle social, que são os sindicatos. Mas na medida que fragilizaram a condição do sindicato, acabaram com o Ministério do Trabalho e fragilizaram a fiscalização, os empresários sentiram-se à vontade para usar o trabalho precário e análogo à escravidão", disse marinho a Altman.  

Trazendo à tona a discussão sobre o desemprego mediante avanços tecnológicos, Marinho afirmou que entende estudos de especialistas afirmando que em uma possível ocasião como essa "apenas o estado poderá suprir através de uma renda universa". 'É um debate que o Suplicy vem vencendo e creio que chegará este momento", finaliza o ministro.

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