“O artista é um dos poucos que conseguem burlar a morte”, diz Latuff sobre Quino, criador da Mafalda

247 - O cartunista Carlos Latuff falou à TV 247 sobre a morte, aos 88 anos, na quarta-feira (30), do argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, criador da célebre personagem de cartum “Mafalda”. No dia da morte, os cartunistas do Brasil 247 homenagearam o colega de profissão.

Latuff confessou não estar triste com a morte de Quino porque o artista continua vivendo por meio de suas obras. “O artista é provavelmente um dos poucos segmentos sociais que consegue burlar a morte através da arte. Nós vamos morrer de qualquer maneira, mas a arte, essa não morre. Não sei se o Quino teve filhos, acho que não, se tivesse, esses filhos morreriam. A Mafalda é a filha que não vai morrer. O trabalho que ele produziu ao longo dos anos é um trabalho que o imortalizou. A carne se vai, a pessoa se vai, mas o seu legado continua. Assim como, por exemplo, um músico. Toda vez que você ouve um disco, um CD de algum artista que já se foi, ali está o trabalho dele, o Tim Maia nunca vai morrer, você sempre vai ver uma entrevista do Tim Maia, um disco do Tim Maia, ele cantando. Quino não morreu jovem, viveu a vida, então não é uma morte triste, é uma consequência da vida”. 

Segundo Latuff, Mafalda continuará com sua missão mesmo após o falecimento de seu criador, que é o de questionar, criticar e, principalmente, provocar a reflexão. “O Quino deixou um legado. Fora a Mafalda, ele tem um trabalho como cartunista consistente e tem a Mafalda que é uma espécie de grilo falante, é a nossa consciência, fica chamando a nossa consciência, e a Mafalda vai continuar fazendo isso”, completou.

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