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Entrevistas

Orlando Zaccone: disputa entre PT e PDT deve ter respeito

Delegado de Polícia Civil e candidato a deputado federal pelo PDT-RJ, ele ainda é um dos fiéis seguidores de Ciro Gomes, mas reconhece que a campanha do voto útil é legítima

Orlando Zaccone (Foto: Reprdução/Facebook)
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Por Marcelo Auler - Candidato a deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro, o delegado de Polícia Civil Orlando Zaccone é ainda um dos fiéis seguidores do candidato Ciro Gomes. Defende, inclusive, sua permanência na disputa. Mas reconhece que a campanha do voto útil que vem sendo feita pelo PT é legítima: “Eu concordo que o discurso do voto útil, nesse momento eleitoral, é completamente legítimo. Acho que o Lula e o PT têm todo o direito de usar os argumentos que quiserem para convencerem os eleitores de que a fatura tem que terminar no primeiro turno.”

Faz, porém, um alerta. Diz ser preciso “diminuir a tensão e essa pressão que está acontecendo agora. Estamos esquecendo do Bolsonaro. Estou vendo a militância petista falando só do Ciro e do PDT e a militância do Ciro falando do Lula e do PT. Acho que isso não vai dar certo não”.
Esse alerta visa não apenas a possibilidade de ocorrer um segundo turno entre Lula e Bolsonaro deixar o caminho pacificado para que o PDT, como partido político, apoie a candidatura da esquerda, independentemente do comportamento que for ter Ciro Gomes. Mas ele fala também da necessidade das forças progressistas reerguerem o país depois do furacão que foi o governo Bolsonaro.

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“O que eu questiono e acho é que não devemos prosseguir, de todos os lados, não apenas da militância petista, mas também da militância cirista, é que esta disputa eleitoral prejudique o nosso olhar de que estamos, nesse momento político, no mesmo campo de enfrentamento. Nós queremos – e isso é o mais importante – tirar o Bolsonaro. As estratégias são distintas.” Ele insiste:

“Acho muito perigoso que a gente deixe esquentar o termômetro das nossas diferenças no campo da esquerda que possa prejudicar no segundo turno. (...) Acho que esse debate que a militância está fazendo hoje, tanto a militância do Ciro como a do PT, esse embate esquentado nas redes sociais vai ser muito prejudicial para gente lá na frente. O próprio Lula é mais esperto que todo mundo. Quando teve o debate na TV o Lula disse que o Ciro Gomes é uma pessoa que ele nunca vai bater de frente, que ele respeita. O Lula sabe fazer política no sentido de entender que nós precisamos de uma relação respeitosa”.

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Zaccone defende, inclusive, que parte do programa de Ciro Gomes seja adotado por um futuro governo de Lula:
“Repara, tem muita coisa que foi escrita pelo Ciro no Projeto Nacional de Desenvolvimento que eu acredito que caso um outro candidato da esquerda – vamos falar do Lula – for aprovado, pode ser aproveitado. E deve ser aproveitado.”

Na entrevista que deu à TV 247 (gravada na segunda-feira, dia 19, pela manhã), Zaccone também defendeu a necessidade de desmilitarizar as polícias, mas mostrou que o enfoque desse debate nas forças de esquerda está sendo errado.

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“A desmilitarização das polícias militares tem sido debatida de uma forma ruim na esquerda. Nós fazemos um debate errado. Costumam relacionar desmilitarização com redução da violência policial. ’Vamos desmilitarizar a polícia para ela ser menos violenta’. Mentira. As polícias civis podem ser muito mais violentas que a polícia militar. E a Polícia Civil do Rio de Janeiro demonstrou isso na operação mais letal da história das polícias que foi no Jacarezinho com 27 pessoas mortas”.

Para ele, o “ponto certo do debate sobre a desmilitarização é cortar o cordão umbilical que liga as polícias militares ao comando do Exército. Isso teremos que fazer. Por quê? Porque feita essa separação vamos devolver ao policial militar a condição de um trabalhador e de servidor civil – o que é importante, como reconhecimento dele como trabalhador – e vamos resgatar dois princípios: o democrático e o federativo”.

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