"Palestinos hoje lembram judeus do Gueto de Varsóvia", diz Valter Pomar

247 - O historiador Valter Pomar traçou, em uma entrevista à TV 247, paralelos entre a luta do povo palestino e a resistência dos judeus no Gueto de Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial. A discussão ganha relevância no contexto do recente conflito Israel-Palestina que, até o momento, resultou na morte de mais de 1.500 pessoas dos dois lados. 

Durante a ocupação nazista na Polônia, os judeus foram confinados em um gueto na cidade de Varsóvia. Em 1943, após anos de opressão e com o iminente extermínio pelos nazistas, os judeus do gueto se revoltaram, apesar de estarem em desvantagem numérica e bélica. A resistência foi brutalmente reprimida, mas tornou-se um símbolo de desafio ao regime nazista e da resistência judaica.

Pomar refletiu sobre essa resistência ao dizer: "Lá no Gueto de Varsóvia também foi uma operação suicida. Mas o que é melhor? Aceitar morrer sem lutar? Ou tentar se libertar?". Ele expressou preocupação com as críticas direcionadas à resistência palestina, ressaltando que é fácil julgar de longe. "É muito cômodo de longe, sem estar vivendo a situação cruel de décadas de opressão, ficar cagando regra sobre as pessoas que têm a dignidade de lutar."

O historiador continuou: "Do mesmo jeito que no Gueto de Varsóvia teve um grupo importantíssimo de combatentes judeus que decidiu que não iria aceitar parados os assassinatos, os palestinos em Gaza fazem a mesma coisa."

Concluindo, Pomar reiterou a necessidade de apoiar a resistência palestina: "As pessoas exaltam essas coisas em filmes sobre o passado, mas ficam caladas no presente... Temos que apoiar e aplaudir quem luta."