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"Quem defende o Brasil não se curva a pressões internacionais", afirma Leandro Grass

Sociólogo e presidente do Iphan avalia que o presidente Lula conduz o país com sabedoria diante de pressões externas e desafios internos

"Quem defende o Brasil não se curva a pressões internacionais", afirma Leandro Grass (Foto: Agência Brasil)

247 - O sociólogo e presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Leandro Graz, analisou a atual conjuntura política do Brasil, diante do tarifaço imposto por Donald Trump, presidente dos EUA.

"A estratégia do governo não é criar um ambiente de hostilização, mas também não é de dizer, 'vou fazer o que você quer'. É de se impor e dizer, olha, nós somos um país soberano e quem decide somos nós sobre os rumos aqui", destacou Grass.

O sociólogo qualificou a atuação Trump, e de parlamentares bolsonaristas como inédita: "É uma situação inédita que a gente até fica com dificuldade de acreditar que ela esteja acontecendo, com esse nível de intervenção, de afronta à soberania do Brasil. E também inédito é o fato de termos um parlamentar legitimamente eleito, claro, mas que ainda está recebendo remuneração, mas não está no seu posto de trabalho e está nos Estados Unidos, trabalhando contra o seu próprio país".

Grass destacou a importância da medida provisória anunciada pelo presidente Lula, intitulada Brasil Soberano, que prevê uma série de medidas para reduzir os impactos do tarifaço.

"O presidente Lula encaminhando essa medida provisória ao Congresso Nacional é uma forma de reduzir danos e de apoiar quem está trabalhando aqui no nosso país. E demonstrar também para todo mundo que o Brasil não vai se submeter a interesse de qualquer país", destacou.

O sociólogo ressaltou ainda que o Brasil voltou a ter protagonismo internacional desde a posse de Lula: "O Brasil ganhou força. O Brasil voltou a ser uma grande economia, voltou a ser um player, um grande ator de condução de grandes diálogos e pactuações. Talvez isso esteja incomodando especialmente os Estados Unidos", enfatizou.


Filiação ao PT

Sobre sua filiação ao PT, Grass explicou que sua trajetória política remonta ao movimento estudantil e à Pastoral da Juventude Estudantil: "Eu venho dessa cultura, eu venho desse lugar, e na minha adolescência toda, eu não só defendi, fiz campanha, militei pelas candidaturas do PT aqui em Brasília, embora eu não fosse filiado naquele momento. Entendendo que agora estamos diante de um desafio muito importante, não só no âmbito local, mas também no nacional, estou vindo para o PT justamente para contribuir com a sustentabilidade política do nosso projeto", explicou.

Ele também analisou o cenário político do Distrito Federal e a importância de alianças para derrotar o extremismo: "Não podemos pensar o projeto local desconectado do projeto nacional. A eleição no DF é muito importante, apesar de, quantitativamente, não termos aqui a expressão de Minas, do Rio, de São Paulo. Ganhar a capital do país e fazê-la de novo exemplo é estrategicamente importante, do ponto de vista político, mas também para preservar a segurança institucional", argumentou o sociólogo.

Leandro Graz ss finalizou reforçando a necessidade de conscientização da população sobre patriotismo e defesa da soberania: "Espero realmente que consigamos traduzir para a população o que está acontecendo e ter o apoio do povo brasileiro para em nenhum momento o Brasil virar um país condicionado ou subserviente a qualquer outra nação".

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