“‘Sem comunicação pública forte, democracia fica vulnerável’, diz Lalo Leal
Professor critica ausência de estratégia integrada de comunicação e defende projeto nacional que una TV, rádio e internet para fortalecer a democracia
247 - O professor e sociólogo Laurindo Lalo Leal defendeu a criação de um plano nacional de comunicação pública e governamental, capaz de integrar televisão, rádio e plataformas digitais para alcançar toda a população brasileira e também o público internacional. Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, Leal abordou sua posse no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado “Conselhão”, e a importância estratégica do órgão para subsidiar políticas públicas.
Segundo ele, o Conselhão foi criado no primeiro governo Lula com o objetivo de reunir diferentes visões e experiências profissionais, contribuindo diretamente com a Presidência da República. “É um grupo de assessoria e proposição. Não é só para analisar o que o governo faz, mas para estabelecer linhas de trabalho”, explicou. Ele destacou que propostas elaboradas pelo Conselho já viraram projetos de lei, como o Plano Nacional de Proteção à Primeira Infância, aprovado pelo governo.
Leal, que integra o grupo de trabalho sobre democracia e direitos humanos, pretende incluir no debate a questão da comunicação pública. “A comunicação em si, como projeto político de governo, nunca apareceu ao longo da história do Conselhão. Quero propor um projeto nacional de comunicação pública e governamental, que não pode ficar à mercê de ações isoladas”, afirmou.
O sociólogo apontou falhas na forma como o conteúdo produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é distribuído, defendendo mais agilidade e formatos adaptados à internet. Para ele, ainda falta visão global para a comunicação pública no Brasil. “O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, mas sua imagem não chega ao exterior como a de outros países. É preciso ter uma política nacional de comunicação com desdobramento internacional”, disse.
Leal lembrou que, apesar do avanço das redes sociais, rádio e TV continuam relevantes, especialmente em regiões como a Amazônia e em grandes centros urbanos. “A EBC tem rádios que, em algumas regiões, são a única fonte de informação. É fundamental compatibilizar os diferentes veículos”, acrescentou.



