Após duras críticas, Fifa anuncia que conselho saudita não patrocinará Copa do Mundo feminina
Presidente da entidade, Gianni Infantino, disse que críticas ao patrocínio do "Visit Saudi", conselho de turismo da Arábia Saudita, não passaram de "tempestade em xícara de chá"

KIGALI (Reuters) - O "Visit Saudi" não será patrocinadora da Copa do Mundo feminina na Austrália e na Nova Zelândia este ano, mas o presidente da Fifa, Gianni Infantino, não descartou futuras oportunidades comerciais para o país do Golfo Árabe no futebol feminino.
O conselho de turismo da Arábia Saudita foi apontado como um potencial patrocinador do torneio expandido, com 32 seleções, que atraiu fortes críticas de vários lados, embora Infantino diga que tudo não passa de uma "tempestade em uma xícara de chá".
A maior indignação veio da Associação de Futebol da Austrália (FA), que disse haver um "consenso esmagador de que esta parceria não se alinha com nossa visão coletiva para o torneio e fica aquém de nossas expectativas".
Outras figuras importantes do futebol feminino também criticaram o plano, incluindo a atacante veterana dos Estados Unidos Alex Morgan, que disse que "moralmente" não fazia sentido.
"Houve negociações com o Visit Saudi, mas no final isso não levou a um contrato. Portanto, foi uma tempestade em uma xícara de chá", disse Infantino no Congresso da Fifa, em Kigali, na quinta-feira.
"Mas, dito isso, a Fifa é uma organização formada por 211 países. Não há nada de errado em aceitar patrocínios da Arábia Saudita, China, Estados Unidos da América, Brasil ou Índia."
Infantino acrescentou que os críticos do possível patrocínio ignoraram os acordos comerciais já existentes entre empresas da Arábia Saudita e da Austrália.
"Quando se trata da Austrália, eles têm comércio com a Arábia Saudita (no valor) de 1,5 bilhão de dólares por ano. Isso não parece ser um problema?"
"Existe um padrão duplo que eu realmente não entendo. Não há problema, não há contrato, mas é claro que queremos ver como podemos envolver patrocinadores sauditas e do Catar no futebol feminino em geral", disse ele.
O presidente-executivo da FA, James Johnson, disse em comunicado que está satisfeito por haver clareza sobre a situação.
"Congratulamo-nos com o esclarecimento da Fifa sobre o Visit Saudi", disse ele. "Igualdade, diversidade e inclusão são compromissos realmente profundos para a Football Australia e continuaremos trabalhando duro com a Fifa para garantir que a Copa do Mundo Feminina seja moldada sob essa luz."
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, introduziu reformas que permitem às mulheres maior controle sobre suas vidas nos últimos anos, mas os homens ainda mantêm um controle rígido do poder no reino.
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