A circuncisão reduz o prazer?
Estudos aprofundados realizados na África e também na Alemanha são bastante tranquilizadores. A circuncisão provavelmente não reduz o prazer sexual masculino. Mas nem todos os pesquisadores concordam com isso.
Por: Damien Mascret – Le Figaro
Na semana passada, um estudo francês realizado na África do Sul confirmou o benefício da circuncisão para reduzir significativamente o risco da contaminação pelo vírus da AIDS em um país onde a infecção é bastante generalizada. Obviamente, não podemos extrapolar este resultado também para os países desenvolvidos, onde o vírus circula menos. Resta a questão do papel do prepúcio no prazer sexual para os homens.
Deste ponto de vista, estudos aprofundados realizados na África e também, mais recentemente na Alemanha, são bastante tranquilizadores. Mas nem todos os pesquisadores concordam.
Há alguns anos, um estudo sul coreano revelou que a metade dos homens circuncidados após os 20 anos de idade relataram uma redução do prazer obtido durante a masturbação enquanto 8 % perceberam um aumento. Além disso, 6 % sentiram que sua vida sexual tinha melhorado e 20 %, que ela tinha se deteriorado.
O melhor momento
Em fevereiro passado, foi o Prof. Piet Hoebeke e seus colegas do departamento de urologia da Universidade de Gand, na Bélgica, que convidaram homens a considerar cuidadosamente a circuncisão de acordo com a idade. Em comparação com os homens circuncidados antes da puberdade, aqueles que tinham sido circuncidados na adolescência, eram de fato menos numerosos para declarar ter sentido prazer sexual na glande. Eles também foram mais numerosos a se queixar de desconforto, sensações estranhas ou mesmo de dores no corpo do pênis.
No entanto, a existência de um momento ideal para praticar a circuncisão é questionável, pois com base em critérios mais amplos relativos à satisfação sexual um estudo dos Prof. Hosseini e Mohseni, da universidade de Teerã, publicado em 2011, não encontrou nenhuma diferença entre uma circuncisão antes ou depois dos 18 anos de idade.
Com toda razão, em face destes dados conflitantes, pesquisadores das universidades de Sidney e Washington retomaram todos os artigos publicados sobre este assunto em revistas científicas internacionais. Ao reunir os dados, eles concluíram, em um artigo a ser publicado no Journal of Sexual Medicine, que ao contrário dos estudos de metodologia frágil, os trabalhos de boa qualidade convergem todos para mostrar que a circuncisão não tem impactos negativos sobre a função sexual (por exemplo, a frequência da ejaculação precoce), a sensibilidade, as sensações e a satisfação sexual.
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