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A música dá o maior barato. Ela atua no cérebro como uma droga

Ouvir música ativa os circuitos cerebrais da recompensa, descobriram pesquisadores canadenses. Seu efeito passa pelos mesmos canais e produz os mesmos efeitos da comida, a droga e o sexo. Com a vantagem de não apresentar riscos para a saúde.

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Por: Anne Prigent – Le Figaro Santé 

 

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Por nada deste mundo você perderia o concerto da sua banda de rock favorita? Você compra com meses de antecedência o seu bilhete para a estreia da temporada de ópera? Assim que tem um tempo livre você liga a sua playlist? Não precisa pensar muito. Você é viciado em música. No sentido literal do termo. A música desencadeia no seu organismo os mesmos mecanismos químicos cerebrais que aqueles ativados pela comida, pela droga e o sexo. Estudiosos da Universidade McGill de Montreal demonstraram, com efeito, que os opioides intervêm diretamente no prazer musical, segundo estudo publicado na Scientific Reports, revista científica online.

Nesse estudo, trabalhando com um grupo de voluntários, a equipe do professor Daniel Levitin bloqueou neles, de maneira seletiva e temporária, os opioides cerebrais dos com a ajuda do naltrexone, um medicamento prescrito nas dependência do álcool ou dos opiáceos. A seguir, os pesquisadores mediram as respostas cerebrais à música ouvida pelos participantes. E descobriram que nem mesmo a escuta das suas composições preferidas, não importa qual fosse o estilo musical, despertava qualquer sensação de prazer. Ao criar essa anedonia musical, felizmente temporária, os pesquisadores puderam concluir que os opioides endógenos são essenciais para se experimentar emoções positivas  (e/ou negativas) com a música, que utiliza as mesmas vias de recompensa já bem conhecidas para a comida, a droga e o prazer sexual.

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Poucos riscos para a saúde

“Esses resultados vieram confirmar a nossa hipótese”, explicou Levitin em comunicado à imprensa publicado no site da Universidade. “As impressões que nos foram relatadas pelos participantes após a experiência foram fascinantes. Um deles nos disse: ‘Sei que se trata da minha canção favorita, mas não sinto a mesma coisa que habitualmente experimento quando a escuto’. Um outro afirmou: ‘Trata-se de uma bela canção, mas ela não chega até a mim”.

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Um resultado que, no entanto, não causou espanto ao médico Laurent Karila, psiquiatra do Hospital Paul-Brousse, em Villejuif (Paris) e porta-voz da organização SOS-Addiction (SOS-drogadicção). Karila é um “viciado” em metal (um gênero derivado do hard rock). “Para os fãs do metal, essa dimensão “viciante” está sempre presente. Mas apenas com os seus aspectos positivos. O desejo compulsivo e irrefreável de escutar o som é controlado...”, explica o psiquiatra. Sem dúvida, existe pouco risco para a saúde. A não ser o risco de ficar surdo, se a pessoa não limitar a quantidade de decibéis...

Como um tal mecanismo pode ser ativado simplesmente pela música? “É verdade que a ligação entre circuito da recompensa e música é múltipla e complexa. Trata-se de uma simples hipótese pessoal, mas, como o funcionamento do cérebro é parcialmente elétrico, podemos imaginar que a música entre em ressonância com as oscilações deste último”, cogita Salah El Mestikawy, cientista na área de neurociências no CNRS da França.

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A expressão “sexo, drogas e rock and roll”, tornada célebre pelo cantor Ian Dury acaba portanto de encontrar sua explicação científica. Bastando lembrar que não é necessário nem vale a pena consumir todos os três para ativar o circuito de recompensa...

 

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