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A quem interessa uma crise entre PT e PMDB em Sergipe?

Declarações de Robson Viana no final desta semana reacendem especulações sobre dificuldades que o governador em exercício Jackson Barreto estaria enfrentando na administração, impostas por petistas; o discurso não é novo; na segunda-feira, o secretário da Casa Civil Silvio Santos previu que isto poderia voltar a acontecer: "é uma tentativa de voltar àquela história de que tem gente no governo que, para preservar seu cargo, quer que Déda volte. É um jogo sujo, que não tem sentido. Quem apostar numa crise de relacionamento entre Déda e Jackson vai perder", afirmou; mas não é o que Robson pensa; para ele, ou Déda dá autonomia total a JB ou reassume o governo; para Gualberto, Viana serve a João Alves; Jackson e Déda deixarão correr solta estas especulações?

Declarações de Robson Viana no final desta semana reacendem especulações sobre dificuldades que o governador em exercício Jackson Barreto estaria enfrentando na administração, impostas por petistas; o discurso não é novo; na segunda-feira, o secretário da Casa Civil Silvio Santos previu que isto poderia voltar a acontecer: "é uma tentativa de voltar àquela história de que tem gente no governo que, para preservar seu cargo, quer que Déda volte. É um jogo sujo, que não tem sentido. Quem apostar numa crise de relacionamento entre Déda e Jackson vai perder", afirmou; mas não é o que Robson pensa; para ele, ou Déda dá autonomia total a JB ou reassume o governo; para Gualberto, Viana serve a João Alves; Jackson e Déda deixarão correr solta estas especulações? (Foto: Valter Lima)
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Valter Lima, do Sergipe 247 – No emaranhado de declarações, análises e críticas sobre as relações dentro da base governista, algumas questões têm se sobressaído. Depois de um período de aparente calmaria na fabricação de especulações sobre o casamento entre PT e PMDB, começaram a surgir, novamente, acusadores do descompasso. Enquanto o governador em exercício Jackson Barreto (PMDB) disse na quarta-feira (21) que seu relacionamento com o PT ia bem – assim como também era satisfatória a relação com os demais partidos da base –, no dia seguinte, o vereador Robson Viana (do mesmo partido de JB) anunciava uma dificuldade intransponível, da parte do governador em exercício, de administrar diante de imposições feitas por petistas.

O parlamentar, que já foi filiado ao PT, chegou a dizer, inclusive, que a Jackson era negado informações sobre a situação financeira do Estado, e que o atraso no pagamento dos salários dos aposentados no final do mês passado foi proposital para prejudicar o vice-governador. E por trás de tanta maquinação, segundo Robson Viana, estaria o PT. Deixou subentendido que o secretário interino da Fazenda Oliveira Júnior seria o responsável por tamanha ação irresponsável. As primeiras declarações de Viana foram dadas ao Jornal da Cidade, mas se espalharam também pelos programas de rádio, em entrevistas na quinta-feira e na sexta-feira.

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Para Robson, do jeito que as peças estão colocadas não é possível administrar. Ele deu um ultimato: ou Déda dá autonomia completa a Jackson ou o PT reassuma o governo definitivamente. Nessa jogada é óbvio que só há, no momento, uma opção mais fácil de ser colocada em prática, uma vez que o governador licenciado Marcelo Déda encontra-se focado em seu tratamento contra o câncer no estômago e não trabalha com a hipótese de retorno imediato ao comando do Estado. Inclusive, esta questão ganhou novamente corpo na imprensa na semana passada, através de uma nota que noticiava a volta de Déda em 15 dias à administração, algo defendido por “amigos” do governador.

Sobre isso, o secretário da Casa Civil Silvio Santos não poupou palavras: disse ele que este tipo de informação partia da mesma fonte que também colocava petistas dentro do governo como estorvo a Jackson (“diziam que eu estava levando fofoca a Déda; era um processo de queimação intenso e também de fogo amigo”). Silvio também questionou quem seriam esses “amigos de Déda” que têm mais influência sobre a saúde do governador do que os próprios médicos dele (“Déda está focado em sua recuperação. Não tem prazo para ele voltar à administração”).

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“Essa notinha é uma tentativa de voltar àquela história de que tem gente no governo que, para preservar seu cargo, quer que Déda volte. É um jogo sujo, que não tem sentido. Déda só deve voltar ao governo quando estiver plenamente recuperado. É o que desejam os amigos, e eu me incluo nesse grupo, e os familiares dele. O governo está sendo bem tocado por Jackson. Quem apostar numa crise de relacionamento entre Déda e Jackson vai perder. Eles se encontraram, conversaram longamente. Eles estão afinados”, disse Silvio Santos, ao ser entrevistado na segunda-feira (19) pelos radialistas Jason Neto e Magna Santana.  

Teria o secretário da Casa Civil feito uma previsão dos fatos que se seguiriam ao longo da semana?

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Na quarta-feira, antes de se reunir com os secretários estaduais para cobrar deles mais abertura no repasse de informações para a Assembleia Legislativa, Jackson falou sobre a relação com o PT ao ser entrevistado pela imprensa. “Eu não tenho nenhum problema na relação com nenhum partido. Quando entrei para participar deste projeto, entrei compreendendo os projetos deste grupo. De sorte que não tenho problema. Se alguém tiver algum problema comigo não sei. Até porque, eu sempre ajo de comum acordo com todos. Quem está aí está presenciando. Por acaso, sou o governador. Os secretários eu mudei? Não são na maioria do PT? Por que tenho problema com o PT?”, afirmou.

Negando o que foi dito por seu líder, Robson Viana cantou outra versão dos fatos. Diante do que foi dito pelo vereador, o deputado estadual Francisco Gualberto (PT) se manifestou: para ele, Robson é louco e cumpre o papel de trapalhão. “As afirmações de Robson Viana é coisa de louco. Pensei que o depoimento tinha sido colhido na São Marcelo. É uma loucura absoluta, é um devaneio”, disse. Para Gualberto, o vereador, aliado do prefeito de Aracaju, João Alves (DEM), estaria atuando com este interesse. “Ele tem que saber qual é o J dele. O J de Jackson ou J de João Alves. O PT nem reconhece as declarações de Robson Viana. O governo Jackson Barreto é o nosso governo”, afirmou o petista. “Robson Viana não apitara nem alto e nem baixo”, arrematou.

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Sobre toda essa polêmica, restaram algumas perguntas: estaria Jackson em acordo com o que é dito pelo vereador Robson Viana? Ele tem realmente enfrentado dificuldades para administrar o Estado com a presença de petistas? Há petistas trabalhando contra o governo JB? Esquece Robson Viana que o PT é o partido mais legítimo dentro da base, já que o governador reeleito em 2010 é da sigla?

O jornalista Diógenes Brayner afirmou em sua coluna na sexta-feira (23), que “Jackson comentou com um auxiliar que esse tipo de declaração de Robson não ajuda em nada e só atrapalha”. “Jackson Barreto sabe, entretanto, que esse tipo de comentário será sempre requentado, em razão de posições naturais entre membros de partidos que fazem a aliança”, ressaltou Brayner, que disse ainda que segundo um dos auxiliares do governador em exercício, “a cultura do Governo Déda não é facilmente aceitável por um bloco que hoje convive com a administração de Jackson; e a cultura do Governo Jackson não é facilmente aceitável pelo pessoal ligado a Déda”.

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Estando ou não de acordo com o que Robson disse, Jackson deve, no mínimo, lembrá-lo que as colocações feitas por ele só servem para desgastar o governo e alimentar o discurso da oposição. Ou não foi este o tema de dois inflamados discursos do deputado estadual Venâncio Fonseca (PP) na Assembleia, que disse que o povo de Sergipe não podia ser prejudicado pela briga entre PT e PMDB? Na outra ponta, se, Jackson realmente tem enfrentado dificuldades na administração, isto precisa ser colocado a Déda, que deve remover as pedras do caminho do governador em exercício, para que a gestão não fique atravancada.

O discurso da unidade, feito pelo governador na sua rápida passagem pelo Estado na semana passada, deve ser colocado em prática. Por ele, por seus auxiliares, por seus companheiros de partido e por toda a base aliada. A menos de um ano do início do processo eleitoral e faltando pouco mais de 16 meses para o final da atual gestão, perder-se em disputas internas é a senha para o fracasso.

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