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Acidente vascular cerebral. O que é preciso saber sobre o AVC

Na França, a cada quatro minutos uma pessoa é vítima de um acidente vascular cerebral. Guardadas as devidas proporções populacionais, essa média é praticamente a mesma em todo o mundo. Como e por que esse perigoso distúrbio acontece. Que é preciso fazer quando ocorre?

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Por: Marine Van Der Kluft – Le Figaro Santé

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No final de junho, Le Figaro Santé entrevistou o professor Yves Samson, chefe do serviço de urgências cerebrovasculares do Hospital de la Pitié-Salpêtrière em Paris. Em reunião realizada no Instituto do Cérebro e da Medula Espinhal (ICM), ele respondeu a várias questões sobre o acidente vascular cerebral, também chamado no Brasil de derrame ou pela sigla AVC (em nosso país ocorrem cerca de 150 mil casos de AVC por ano). Escolhemos para nossos leitores as respostas que nos pareceram mais fundamentais.

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1. O que é um AVC?

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O AVC é um acidente grave ligado a uma disfunção da vascularização do cérebro – ou seja, quando o cérebro é súbita e brutalmente privado de sangue e, portanto, de oxigênio. Tais acidente são muito frequentes e podem conduzir a várias sequelas tais como déficits de movimento, distúrbios da fala e também a perdas da sensibilidade. “Acontecem cerca de 1250 mil acidentes vasculares cerebrais apenas na França”, informa o professor Samson.

Existem dois tipos de AVCs, dos quais o mais frequente é o AVC isquêmico: “Trata-se do entupimento de um vaso sanguíneo, que provoca um infarto do cérebro”, explica o médico, “e eles representam cerca de 80% dos AVCs. Os 20% restantes são causados por um acidente chamado hemorrágico: ao contrário da isquemia, o vaso se rompe e provoca uma hemorragia no interior do cérebro.

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2. Trata-se de uma causa importante de mortalidade?

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A mortalidade por acidente vascular cerebral hoje está em baixa. Entre 2008 e 2013, ela diminuiu 13%, segundo os órgãos de saúde pública na França. Apesar disso, ele ainda é a principal causa de mortalidade para as mulheres na França. Das 31 mil pessoas mortas em consequência de um AVC em 2015, mais da metade eram mulheres.

Antes dos 70 anos, os homens são atingidos com mais frequência. Mas a partir dessa idade, “o AVC é mais frequente nas mulheres”, indica Yves Samson. Com efeito, após os 85 anos, cerca de 70% das vítimas são mulheres.

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Nos últimos anos, a idade média de ocorrência de AVC recuou para 71 anos para os homens e 75 anos para as mulheres. Apenas 10% dos casos de AVC atingem menores de 50 anops, ou seja, 15 mil pessoas por ano na França.

 

3. Quais são os sintomas de um AVC?

O acrônimo FAST – “rápido” em inglês – é um meio eficaz para memorizarmos os sintomas. O “F” vem de face, ou rosto em inglês, por causa da assimetria do rosto: um canto de boca que cai, ou um olho que fecha. O “A” vem de arm (braço), por causa da fraqueza ou imobilização de um braço. O “S”, de speech (palavra, fala): a voz se torna anormal, desarticulada, com o aparecimento de vários distúrbios da fala. Por fim, o “T” é para time (tempo): é absolutamente fundamental cuidar rapidamente do paciente que apresenta esses sintomas.

“Os sinais estão frequentemente associados uns aos outros, mas não sempre”, esclarece o professor Samson. Se um ou mais desses sintomas se manifestam subitamente, é preciso chamar imediatamente os serviços médicos de urgência pois um socorro de urgência melhora consideravelmente o prognóstico para o paciente. “Mais vale chamar sem necessidade real uma ambulância e os socorristas do que chama-los tarde demais”, alerta o médico.

 4. Quais são as ações de primeiros socorros que devem ser efetuadas?

A primeira coisa a fazer é descobrir a hora em que os sintomas começaram. “Nem sempre trata-se da hora em que alguém descobre que o paciente está passando mal. Muitas vezes os sintomas tiveram início bem antes. Anotar com a maior precisão possível esse horário, pois na pressa e afobação é possível esquecermos de várias dezenas de minutos para mais ou para menos. Ora, “os minutos que passam são essenciais”, alerta Samson. Por fim, chamar imediatamente o pronto socorro, e, se ele demorar, chamar os bombeiros.

 

5. Quais providências podem ser tomadas para remediar e prevenir o problema?

Quando um AVC está em andamento, a primeira etapa é uma exame de imagens cerebrais, uma tomografia ou uma ressonância magnética. O objetivo é saber se se trata de um acidente hemorrágico (um hematoma) ou isquêmico (um coágulo). Isso já permite definir quais tipos de medicamentos é preciso administrar ao paciente. “Não damos medicamentos que destroem os coágulos a pacientes que apresentam hematomas”.

Para os AVCs de tipo isquêmico, existem duas opções. Se uma artéria está entupida e o paciente foi acudido suficientemente cedo, introduzimos uma sonda e retiramos o coágulo: rata-se de uma trombectomia, e ela melhora consideravelmente os prognósticos. “A trombectomia é uma técnica que existe há cerca de 20 anos”, explica Samson, “mas até 2013 tinha sido experimentada pouicas vezes, e até mesmo os médicos que a praticavam consideravam a técnica demasiado perigosa”.

Ao lado dela, uma outra técnica é frequentemente usada de maneira complementar: a trombólise intravenosa. Ela consiste em levar um cateter no interior do vaso cerebral entupido para agarrar o coágulo e o dissolver. Mas esse tratamento costuma só se mostrar eficaz se o paciente for atendido muito rapidamente. Se mais de 4 horas e meia decorrem desde o início do AVC, ele se torna demasiado perigoso.

 

6. As estatinas: o que diz a ciência a respeito?

As estatinas são medicamentos que, durante muitos anos, foram prescritos para baixar as taxas de colesterol “ruim”. Quanto mais essas taxas são elevadas, mais é importante o risco de um acidente vascular cerebral. Mas em 2013, as estatinas estiveram no centro de uma polêmica, quando estudos científicos levaram à constatação de que alguns pacientes as consumiam inutilmente.

“Contrariamente àquilo que foi dito, trata-se de uma das grandes descobertas da medicina cerebrovascular da atualidade”, reage Yves Samson.

Entre as ideias difundidas, diziam que as estatinas provocariam cólicas e ruptura de tendões. Mas “após numerosas pesquisas levadas a cabo, verificou-se que ocorria exatamente o mesmo número de cólicas tanto no grupo das pessoas que tinham tomado apenas placebo quanto no daquelas que tinham tomado estatinas”, ressalta o médico.

Uma coisa é certa: as estatinas têm uma eficácia indiscutível em prevenção secundária, ou seja, para pacientes que já tiveram um acidente cardiovascular (infarto do miocárdio, AVC). Por outro lado, para as pessoas que nunca tiveram tais problemas de saúde, a decisão deve ser tomada caso a caso. Isso se justifica para as pessoas de alto risco, como lembram as autoridades francesas para a saúde em suas mais recentes recomendações.

 

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