Acuado, PT quer selar a paz com João da Costa

– O rápido crescimento do candidato Geraldo Julio na corrida eleitoral pela Prefeitura do Recife pode fazer com que o PT reavalie a estratégia de campanha para o pleito em 7 de outubro. Com os resultados apresentados pelas duas últimas pesquisas de intenção de voto, onde o socialista aparece a frente de Humberto Costa (PT) em uma e empatada na outra, a previsão é que o atual prefeito, João da Costa (PT), seja inserido na campanha, situação que não está acontecendo. Mas para que isto aconteça de fato existem condicionantes que, pelo menos internamente, deverão acirrar os ânimos entre as várias correntes do partido. 

Para que a reaproximação e o consequente apoio de João da Costa a candidatura de Humberto Costa, que tem como vice o ex-prefeito da capital e maior desafeto político do atual gestor, o PT precisa inserir João da Costa no guia eleitoral e nos debates políticos, para que o gestor suba no palanque. Uma defesa veemente da atual gestão por parte do spstulantes é um outro fator condicionante. A opinião é do vereador e candidato à reeleição, Jairo Britto (PT), que também é cunhado do gestor. “Com este crescimento do PSB, está na hora do PT buscar todas as lideranças que tem dentro do partido”, avaliou Brito. “No entanto, para isso, é preciso que a legenda defenda a gestão do prefeito nos programas eleitorais”, acrescentou.

Jairo Britto disse, ainda, que o prefeito está disposto a entrar na campanha de Humberto Costa e João Paulo, contanto que seja atendida esta reivindicação. “O prefeito é do PT e sempre trabalhou pela continuidade do projeto petista para a capital pernambucana. Ele está disposto a entrar na campanha, mas é preciso que haja esse reconhecimento”, finalizou.

Já o coordenador da campanha de Humberto Costa, Gustavo Couto, que foi secretário de saúde na gestão de João da Costa, acredita que o prefeito deverá se posicionar nos próximos dias. “Humberto já fez alguns gestos para esta aproximação e o prefeito pediu um tempo. O PT já superou o que ocorreu nos últimos meses. Escolhemos os dois maiores nomes do partido para compor a chapa", disse.

Embora Couto afirme que Humberto Costa venha se posicionando favoravelmente à gestão de João da Costa a animosidade é explícita. Além de ter sido limado pelo próprio partido de concorrer à reeleição, tanto Humberto como João Paulo não se posicionaram na defesa dos quatro anos de mandato de João da Costa. Nos últimos dias, João Paulo declarou que houve descontinuidade da sua gestão por parte de seu sucessor. Ao saber do teor da declaração do correligionário, João da Costa avisou que ia colocar “lenha na fogueira”. A gota d'água, porém, veio com o veto do PT à participação do vereador e candidato á reeleição, Osmar Ricardo, no guia eleitoral de Humberto Costa sob a acusação de também estar apoiando a candidatura do rival PSB. Como Osmar Ricardo é ligado ao seu grupo político, João da Costa entendeu que a punição não era uma questão em cima do vereador, mas uma forma de punição a todos que o apoiam.

Agora, com o PSB se tornando uma ameaça real aos planos do PT, o apoio de João da Costa, visto até então como uma espécie de patinho feio dentro do próprio partido, pode ser o fiel da balança para que o Partido dos Trabalhadores possa enfrentar em condições de igualdade o candidato socialista. Se o ditado popular "quem ri por último ri melhor" estiver certo, João da Costa já pode começar a gargalhar.