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Acusação de fraude na filiação de Eliane Aquino implode PT

Presidente estadual do PT, Rogério Carvalho afirmou nesta segunda-feira (24) que sua senha foi usada pela direção anterior para inserir filiação de Eliane Aquino no sistema interno do Tribunal Regional Eleitoral, o que foi negado pelo ex-presidente, Silvio Santos; "senha é impessoal. É do próprio Diretório. Não desse ou daquele presidente", rebateu; discussão leva PT novamente ao esgarçamento após uma disputa interna no ano passado quase fratricida; sem uma liderança inconteste, como foi Marcelo Déda e rechaçando uma candidatura de forte apelo popular como seria a de Eliane Aquino, PT em Sergipe pode ter resultados eleitorais neste ano aquém da sua capilaridade; há caminhos para a unidade?

Presidente estadual do PT, Rogério Carvalho afirmou nesta segunda-feira (24) que sua senha foi usada pela direção anterior para inserir filiação de Eliane Aquino no sistema interno do Tribunal Regional Eleitoral, o que foi negado pelo ex-presidente, Silvio Santos; "senha é impessoal. É do próprio Diretório. Não desse ou daquele presidente", rebateu; discussão leva PT novamente ao esgarçamento após uma disputa interna no ano passado quase fratricida; sem uma liderança inconteste, como foi Marcelo Déda e rechaçando uma candidatura de forte apelo popular como seria a de Eliane Aquino, PT em Sergipe pode ter resultados eleitorais neste ano aquém da sua capilaridade; há caminhos para a unidade? (Foto: Valter Lima)
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Sergipe 247 - O presidente estadual do PT, deputado federal Rogério Carvalho, afirmou, nesta segunda-feira (24), que a inserção da filiação da ex-primeira-dama Eliane Aquino no sistema interno do Tribunal Regional Eleitoral em 9 de dezembro do ano passado foi uma "tentativa de fraude". Ele repisou discurso que a sua vice-presidente, a deputada estadual Ana Lúcia, já havia feito no final da semana passada. Segundo Rogério, a senha dele foi utilizada para inserção do nome de Eliane no TRE. "Em nenhum momento fui informado do que estava sendo feito", alegou. A posição dele foi rebatida pelo ex-presidente do partido, Silvio Santos, que ressaltou que a senha é impessoal e que a atual direção do PT "força um discurso para incriminar companheiros".

A discussão em torno em torno da filiação da ex-primeira-dama ao Partido dos Trabalhadores pautou, nesta segunda-feira (24), os debates dos principais programas matinais do rádio sergipano. Após a maioria dos membros da Executiva Estadual excluírem a secretária da Inclusão Social da lista de opções para a disputa pela indicação para a candidatura ao Senado na última quinta-feira (20), a questão ganhou repercussão na imprensa, foi pauta dos jornais no final de semana e voltou ao rádio nesta manhã. Nos embates, duas teses: de um lado, o grupo de Rogério Carvalho, Ana Lúcia e Francisco Gualberto apontando uma suposta fraude; do outro lado, o bloco de Márcio Macêdo, Silvio Santos e Conceição Vieira rebatendo qualquer ilícito na filiação e fazendo a defesa da possibilidade de Eliane ser candidata. 

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Após uma disputa muito desgastante no segundo semestre do ano passado pelo comando do PT em Sergipe, que findou entre o acordo entre Rogério e Ana Lúcia, que hoje, juntos, têm maioria no partido, a sigla no Estado enfrenta agora um novo capítulo das disputas internas com a tentativa de evitar uma possível candidatura de Eliane Aquino, que é vista com muita simpatia pela população e que guarda em si muito da relação afetiva que os sergipanos tinham com o governador Marcelo Déda, que faleceu em 2 de dezembro último. É Eliane Aquino quem hoje representa melhor a imagem de quem estaria mais apta a manter vivo o legado deixado por Déda. Por isso, sua possível candidatura poderia representar um tônus eleitoral não só ao PT, mas ao bloco governista, hoje liderado pelo governador Jackson Barreto (PMDB). Embora neguem, é diante de tal cenário que a atual direção do PT atua contra. E é justamente neste quadro que se insere a polêmica mais recente sobre a filiação da ex-primeira-dama. 

Na entrevista que concedeu ao radialista Jaílton Santana na Ilha FM, Rogério Carvalho disse que o PT ainda não definiu que nome representará a legenda na chapa majoritária. Mas é óbvio que há um direcionamento forte para que ele mesmo seja o escolhido. Não é à toa que representantes do seu grupo já afirmaram em ocasiões recentes que haveria um acordo firmado por Déda em 2012 (quando Rogério aceitou retirar sua candidatura a prefeito de Aracaju para apoiar Valadares Filho, do PSB) para que o atual presidente do PT tivesse preferência do partido na definição de indicações para disputas majoritárias.

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A entrada de Eliane Aquino será um impedimento a estas pretensões. E a deputada Ana Lúcia já deixou isso claro, mesmo que de forma indireta, ao ressaltar que a ex-primeira-dama não possui vida partidária consolidada para cobrar consenso em torno do seu nome para uma candidatura ao Senado. Mas Rogério, na condição de presidente, evita fazer tais ponderações. Da parte dele o que se ouviu hoje no rádio é de que "se provar filiação, Eliane será muito bem-vinda e poderá ser o nome da unidade". Mas frisou: isso só ocorrerá "se apresentar documentação que a Executiva considere suficiente para colocar seu nome na lista".

Mais uma vez o que fica explícito é a falta de interesse da atual direção em criar as condições para que Eliane seja a candidata. Tanto que o presidente e a vice-presidente estadual do PT tentam passar a imagem de que a filiação da ex-primeira-dama foi forjada, como a própria Eliane Aquino já rechaçou na entrevista que concedeu na última sexta-feira (21). "Fica parecendo que eu estou inventado uma filiação para ser candidata e isto não é verdade. Não estou brigando por cargo nenhum. Se meu nome for do interesse do partido, ótimo. Se não, deixa outras pessoas serem candidatas como já estava programado", afirmou Eliane.

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E esta tese de que a atual direção do PT é contrária a uma candidatura da ex-primeira-dama foi apontada por diversos dirigentes petistas, como o deputado federal Márcio Macêdo, a secretária estadual da Cultura Eloisa Galdino e o ex-presidente do PT Silvio Santos. "A questão é a somba da candidatura de Eliane. Vamos colocar o debate no devido lugar e discutir politicamente. Essa discussão de que houve fraude na inserção da filiação ou é má-fé ou é discurso de quem não conhece o funcionamento do partido", disse Silvio Santos. A secretária da Cultura também afirmou que "a discussão é política". "Precisamos encará-la com maturidade. E mostraremos isso com a decisão do Diretório Nacional", afirmou.

Polêmica promete se estender por muito tempo e pode levar o PT de Sergipe ao esgarçamento total. Ausência de um líder unificador, como foi Marcelo Déda, escancara divisões internas. A menos de oito meses para as eleições, cenário não é animador para a legenda que teve na última década seu apogeu no Estado. Atual direção do PT não demonstra maturidade para lidar com divergências, nem mesmo capacidade para buscar consensos. Com prazo exíguo, PT de Sergipe terá que saber superar problemas internos para se mostrar forte e competente para o ambiente externo, para os aliados e para o eleitor, mas, pelo que se vê até o momento, dificilmente alcançará este intento.   

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