Advogada feminista concorda com decisão de juiz que liberou abusador
Tânia Maria de Oliveira, advogada e militante feminista de Brasília, oferece uma visão diferente sobre o caso do abusador que ejaculou em uma moça dentro de um ônibus na Avenida Paulista na última terça-feira 29; para Tânia, a prisão preventiva não soluciona o caso; ela lembra que, em sua decisão, o juiz fala que o acusado precisa de tratamento psiquiátrico; ela também relembra a atuação do juiz em outros casos, em que a decisão também não foi pela prisão - como de imigrantes palestinas presas após confronto com militantes xenófobos
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247 - O caso do abusador que ejaculou no pescoço de uma moça dentro de um ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo, na última terça-feira 29, continua gerando repercussão e divisão entre especialistas do Direito.
Artistas e outras personalidades se mostraram indignados com a decisão do juiz José Eugênio Souza Neto em libertar Diego Novaes, de 27 anos, detido em flagrante.
No entanto, Tânia Maria de Oliveira, uma advogada militante feminista de Brasília, concorda com a decisão do magistrado e resolveu explicar suas motivações em post no Facebook. Confira a argumentação da advogada:
Embora algumas frases da decisão da audiência de custódia que soltou o homem que ejaculou na mulher no ônibus possam ser criticados em uma análise de discurso, eu, mulher, de esquerda, feminista e militante, concordo com a decisão do juiz. Por quê?
1) Audiência de custódia é pra decidir se mantém ou não uma prisão preventiva. Eu sou contra prisões preventivas, acho que todos têm que ser julgados antes e que prisão não melhora ninguém e não resolve problema algum, só agrava.
2) Todo mundo reclama da mídia, mas corre atrás do que divulga quando convém. Quase ninguém leu a decisão, a parte que fala da gravidade da conduta e que o cara deve se tratar. Leu apenas o que saiu na mídia.
3) Minha militância requer que eu pense e busque soluções diferentes da direita para nossos problemas, que são reais e graves. Não sou menos feminista por isso, não sou menos lutadora da violência contra mulher por isso. Ao contrário. Apenas não quero soluções fáceis, não acredito em cárcere.
4) A propósito, só pra constar, o juiz é o mesmo que soltou os imigrantes – entre eles duas mulheres palestinas – presas após o confronto com grupo xenófobo na marcha anti-imigração. Provavelmente nos próximos casos ele vai manter a pessoa presa, já que conceder relaxamento de prisão é motivo de tanta crítica.
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