Aécio chama de “ridícula” nota em defesa de Lula
Senador mineiro faz duras críticas à tentativa do presidente nacional do PT, Rui Falcão, de assinar texto "contra uma eventual derrubada de um ex-presidente"; para o tucano, trata-se de "algo absolutamente sem sentido"
Minas 247 – Em ato político do PSDB realizado em Porto Alegre nesta segunda-feira 24, o senador Aécio Neves criticou a nota publicada na semana passada pelos partidos da base aliada do governo em apoio ao ex-presidente Lula. Para o senador mineiro, a atitude do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que assina o texto, foi "ridícula". A nota critica a oposição de querer abrir uma investigação na Justiça contra Lula, com base em supostas frases de Marcos Valério publicadas pela revista Veja. De acordo com a publicação, o publicitário, réu na Ação Penal 470, fez as declarações a pessoas próximas.
"O que é absolutamente ridículo foi a tentativa do presidente do PT, [Rui Falcão], de soltar uma nota, inclusive constrangendo, pelas informações que temos, os aliados, contra uma eventual derrubada de um ex-presidente [Lula]", disse. "Aquilo beirou o ridículo, algo absolutamente sem sentido. Era preciso que a autoridade do PT tivesse mais serenidade e pensasse no Brasil melhor que vamos ter após o julgamento [do mensalão]", concluiu. As frases foram publicadas pelo colunista do jornal O Globo Claudio Humberto.
Segundo o portal de Porto Alegre Sul 21, o tucano disse no evento que "o PT deixou de ser um partido a serviço do país para colocar o país a serviço do partido". Aécio também duvidou da capacidade de transferência de votos atribuída a Lula. "Não há candidatos do PT em boas condições na maioria das capitais. Eles lideram as pesquisas somente em Goiânia. O lulismo, com características quase messiânicas de alteração de quadros eleitorais onde quer que fosse, não existe mais", sentenciou.
Leia abaixo texto do 247 publicado na semana passada:
Aécio tem 110 razões para ter cautela com mensalão
Na lista do mensalão mineiro, ele aparece como receptor de R$ 110 mil pagos por Claudio Mourão, tesoureiro do ex-governador Eduardo Azeredo, para sua campanha
247 – O julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal, está firmando jurisprudência no Brasil. Não importa se quem recebeu recursos do chamado "valerioduto" utilizou o montante para pagar dívidas de campanha ou se vendeu seu apoio parlamentar a quem pagou. Qualquer que seja a destinação, como disse a ministra Rosa Weber, trata-se de crime.
Ontem, em Belo Horizonte, o senador mineiro Aécio Neves, que está engajado na campanha à reeleição em Belo Horizonte de Marcio Lacerda (um dos maiores sacadores do esquema, mas esquecido na Ação Penal), falou sobre o mensalão. Disse ele que "quem agiu com irresponsabilidade, quem utilizou o mandato, o poder público para benefícios pessoais ou partidários, deve pagar".
Quando foi perguntado sobre as acusações de Marcos Valério ao ex-presidente Lula, numa "entrevista" já negada pelo próprio entrevistado, Aécio sugeriu "cautela". Talvez porque a entrevista não seja propriamente uma entrevista. Mas talvez porque seu nome também apareça na lista dos beneficiários do mensalão mineiro, que, mais cedo ou mais tarde, terá que ser julgado.
Em 1998, quando Eduardo Azeredo concorreu à reeleição e foi derrotado por Itamar Franco, sua campanha foi coordenada por Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro de Lula, e hoje presidente do PSB em Minas Gerais. Naquela eleição, o valerioduto foi montado para apoiar candidatos do PSDB não apenas de Minas, mas também de outros estados. Na lista do tesoureiro Cláudio Mourão, que tocou a parte financeira da campanha de Azeredo, aparece o nome de Aécio Neves, que teria recebido R$ 110 mil para sua campanha a deputado federal. Depois disso, Aécio foi presidente da Câmara dos Deputados, assim como o réu João Paulo Cunha, que está prestes a ser condenado e preso na Ação Penal 470.
Ao discursar diante de intelectuais na tarde de ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu votos para José Serra afirmou que o mensalão marca o reencontro da política com a moralidade, mas a lista de heróis morais no campo político brasileiro é relativamente pequena. A sede de sangue da oposição poderá, em breve, atingir suas próprias estrelas.
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