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Aécio dá a pista da oposição a Dilma: ênfase na gestão

Senador e presidenciável do PSDB diz que a presidente homenageia o governo Anastasia ao adotar o Ficha Limpa e sugere outra medida adotada em Minas: cortar encargos para baratear a conta de luz; deputados tucanos também sugerem que Dilma copia modelos mineiros

Aécio dá a pista da oposição a Dilma: ênfase na gestão (Foto: Montagem/247)

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Minas 247 - Muita gente, até entre os tucanos, concorda que falta ao PSDB um discurso convincente na oposição ao governo federal. Foi assim nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e é assim com Dilma Rousseff. Os dirigentes tucanos já tentaram recuperar o legado dos governos FHC, como o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas esbarram ou no passar dos anos - o Real vai completar 20 anos! -, ou no tema pouco sensível para o eleitor comum.

Aos poucos, o principal presidenciável da oposição, o senador Aécio Neves, vai dando pistas de que tentará inovar no discurso. Se vai colar e conquistar eleitores, é outra história. Mas o ex-governador de Minas Gerais quer fisgar aliados com a ênfase na gestão. Para isso, mostra medidas supostamente exitosas adotadas em seus dois mandatos em Minas (2003-2006 e 2007-2010) e no do seu sucessor, o também tucano Antonio Anastasia.

Fiel ao seu estilo “mineiro” de fazer política, bem ao estilo do seu avô Tancredo Neves, Aécio elogia a presidenta da República para critica-la. A última delas, nesta segunda-feira, foi elogiar a adoção, pelo governo federal, da Ficha Limpa. Dilma enviou esta semana, para análise da Advocacia-Geral da União, um decreto para que sejam instituídos na nomeação de cargos de confiança no governo federal os mesmos critérios da Lei da Ficha Limpa.

“Ao adotar o Ficha Limpa, a presidente faz uma homenagem ao governo Anastasia”, disse Aécio. Anastasia adotou a lei para contratação de cargos comissionados há cerca de um ano em Minas Gerais. O senador mineiro continuou: “Se quiser fazer outra (homenagem), pode cortar encargos sobre energia e baratear a conta de luz em até 20%. A Cemig anunciou nesta semana que a energia paga pelos consumidores no estado ficará mais barata no próximo ano. A empresa vai passar pelo ciclo de revisão tarifária da Aneel (agência reguladora do setor energético) em abril de 2013. A previsão é de uma queda de 10% na geração de caixa da empresa, embora esse percentual não seja exatamente o mesmo da queda na tarifa no próximo ano.

Deputados próximos a Aécio vão na mesma toada. No mês passado, por exemplo, o deputado estadual Rômulo Viegas (PSDB-MG) publicou artigo na imprensa na qual defendeu a tese de que o governo de Dilma Rousseff, na prática, apenas tenta imitar ações executadas, com sucesso, por Aécio em Minas. Viegas citou, entre outras, o convite de Dilma ao empresário Jorge Gerdau, para colaborar com programas de gestão. Gerdau fez o mesmo durante o chamado choque de gestão executado no primeiro mandato do atual senador mineiro no estado.

Mas, se optar mesmo pelo que sugere e dar ênfase na gestão, Aécio deverá se preocupar também com críticas. Os tempos mudaram e Minas agora enfrenta problemas de caixa. O próprio Anastasia já admite algumas vezes a dificuldade financeira e o declínio da arrecadação estadual - em decorrência, também, da crise internacional, uma vez que a economia mineira ainda é muito concentrada em exportação de commodities. O sucessor de Aécio já anunciou medidas para contenção de gastos e demitiu funcionários da Cidade Administrativa (inaugurada pelo antecessor em 2010). A dívida do governo estadual com a União, por fim, é a que mais cresce no país: 356,3% nos últimos dez anos.

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