Aécio diz que Cardozo está “nervoso” por caso Siemens
Presidente do PSDB reforça que ministro da Justiça não tem capacidade de estar à frente das investigações sobre o esquema de cartel do metrô em São Paulo e que seria "mais fácil ele ir ao Congresso se explicar"; "Ele poderia dizer se já determinou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar onde foi feita essa falsificação", disse o senador
Minas 247 – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a dar declarações contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a respeito das investigações do esquema de cartel do metrô em São Paulo que envolve políticos tucanos. "Eu estou achando meu amigo ministro um pouco nervoso, era mais fácil ele ir ao Congresso se explicar", disse Aécio nesta sexta-feira 29, durante evento no interior de São Paulo.
Para o presidenciável do PSDB, Cardozo perdeu a capacidade de estar à frente do caso. O partido acusa o ministro de agir politicamente ao entregar a denúncia sobre o esquema à Polícia Federal, por considerar que os documentos, entregues pelo deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT-SP) foram alterados. Cardozo nega qualquer tradução feita de forma a prejudicar inimigos do governo e diz estar sendo criticado por cumprir a lei.
"Ele poderia dizer se já determinou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar onde foi feita essa falsificação", completou Aécio Neves. O tucano também criticou o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Vinicius Carvalho, por ter omitido a relação que tinha com Simão Pedro. Para Aécio, hoje ele e um "presidente sob suspeição".
Leia a íntegra das declarações de Aécio dadas hoje sobre o assunto:
Sobre a presidente Dilma ter orientado o ministro da Justiça a responder ao PSDB.
Mostra uma preocupação da presidente. Nós, do PSDB, queremos a apuração profunda de todas as denúncias. Se houver uma pessoa próxima ao partido ou vinculada ao partido que tenha cometido alguma ilicitude que responda por ela. Não podemos aceitar é, mais uma vez, a manipulação de informações e a falsificação de informações. O que cobramos do ministro, me surpreende um pouco que o ministro se sinta tão atingido, talvez ali na sua postura quase que imperial, quando recebe críticas. Imagina se toda crítica que recebermos, nós vamos processar aquele que nos critica.
Queremos que o ministro explique: por que não assumiu desde o início que ele encaminhou os documentos à Polícia Federal e deixou que dois delegados fossem iludidos. Por que não explica com clareza quem é que fez a falsificação daqueles documentos. Queremos esclarecimentos. Disse mais cedo e vou repetir aqui: cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça. Todas as vésperas de eleição o PT vem com dossiê Cayman, ou lista de Furnas, ou Aloprados ou dossiê contra Serra e sua família. Então, estamos nos precavendo, por que homens e pessoas corretas e sérias, que têm uma história de vida respeitável, não podem estar aí com imagem achincalhada a partir do vazamento, que já é outra coisa irresponsável, de documentos que não têm uma origem assumida. Isso é absolutamente razoável, é o nosso papel. Não fazendo isso, estamos permitindo que a democracia seja atingida.
Tenho respeito pessoal pelo ministro, foi meu colega, convivo republicanamente com ele, por isso me surpreendeu sua atitude e sua reação. O que os brasileiros querem é uma explicação. Explique de forma muito clara e continue fazendo as investigações. Faça sobre as denúncias de cartel em São Paulo, faça sobre as denúncias de cartel que, segundo documento da Siemens, existia em outros setores, em outros níveis de governo, inclusive no plano federal, através da CBTU. É o que queremos e é o que os brasileiros querem.
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