CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Geral

Aécio recebeu doação de empresário preso

Senador mineiro, presidente nacional do PSDB, justifica as doações da empresa Leyroz, que constam na lista da Odebrecht, como legais e declaradas; ele só não disse que a empresa pertence a um executivo preso em 2010 (ano da doação) por um esquema milionário de importação ilegal; inscrito na planilha da Odebrecht, que revela doações a mais de 200 políticos, Aécio diz que é preciso separar joio do trigo; o problema é uma empresa de distribuição de bebidas, com sede modesta no Rio de Janeiro, ter cacife para fazer doação milionária a campanha de Minas Gerais

Senador mineiro, presidente nacional do PSDB, justifica as doações da empresa Leyroz, que constam na lista da Odebrecht, como legais e declaradas; ele só não disse que a empresa pertence a um executivo preso em 2010 (ano da doação) por um esquema milionário de importação ilegal; inscrito na planilha da Odebrecht, que revela doações a mais de 200 políticos, Aécio diz que é preciso separar joio do trigo; o problema é uma empresa de distribuição de bebidas, com sede modesta no Rio de Janeiro, ter cacife para fazer doação milionária a campanha de Minas Gerais (Foto: Realle Palazzo-Martini)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Inscrito na lista da Odebrecht, que sugere doações a mais de 200 políticos, muitos deles próceres do golpe contra a presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que os repasses foram legais e declarados e ainda sugeriu que, desta lista, era preciso “separar o joio do trigo”. Os repasses foram de fato declarados à Justiça Eleitoral. Só que isso, analisa o jornalista Renato Rovai, no Blog do Rovai, quer dizer pouco em relação ao imbróglio.

De acordo com o próprio tucano, sua campanha para o Senado e seu partido, em 2010, receberam um total de R$1.696.000, 00 da Leyroz de Caxias Indústria Comércio e Logística Ltda.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Acontece que essa mesma empresa, a Leyroz, em 2007, foi alvo de um processo no Conselho de Contribuintes de Minas Gerais por manter com a empresa Praiamar Indústria Comércio e Distribuição Ltda. um esquema de venda de produtos com notas frias.

Em uma rápida pesquisa de CNPJ, constata-se que tanto a Leyroz quanto a Praiamar tem, como sede, o mesmo endereço, na rua Silva Fernandes, 184, Duque de Caxias, Rio de Janeiro.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

É no mínimo curioso que uma empresa de distribuição de bebidas e que tem uma modesta sede no Rio de Janeiro faça uma doação milionária a uma campanha de Minas Gerais.

Mas sigamos a trilha. Pelo CNPJ citado por Aécio Neves em seu texto de esclarecimento, a Leyroz, atualmente, não é mais Leyroz. No registro da Receita Federal, o atual nome da empresa é E-Ouro Gestão e Participação Eireli.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

E não foi essa a primeira vez que a Leyroz mudou de nome. No site JusBrasil onde há o registro do processo, já consta uma nova denominação para a Leyroz: Rof Comercial Impex Eireli.

Mas quando a empresa ainda se chamava Leyroz e doou recursos para campanhas do PSDB mineiro e de Aécio Neves, de acordo com registros da Receita Federal, ela tinha como sócio proprietário o senhor Roberto Luis Ramos Fontes Lopes.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Fontes Lopes, por sua vez, foi preso em 2010 – ano da doação – na operação Vulcano, da Polícia Federal, por crime contra a ordem tributária. A acusação que pesa contra ele é de importação ilegal e de ter causado um rombo de R$ 110 milhões aos cofres públicos.

Pelo que consta no processo, o doador da campanha de Aécio continua preso e recorre através de um habeas corpus que está sob análise.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Ainda não se pode fazer afirmações a partir desta análise. Mas o senador precisa responder ao menos algumas questões.

Por que como candidato ele teria conseguido uma doação de 1,6 milhão de reais em 2010 de uma empresa cujo dono estava preso por crime contra a ordem tributária?

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Por que uma empresa que é acusada de emitir notas frias e que mudou de nome mais de uma vez em uma manobra típica de empresas de fachada, teria lhe doado tanto dinheiro para uma campanha ao Senado?

Por que esses valores dos repasses de Leyroz para Aécio constavam na suposta lista paralela de contabilidade da Odebrecht, investigada pela Lava Jato?

Se o senador não responder, resta a PF e ao MPF investigar. Não são frágeis os indícios de que houve aí uma operação criminosa.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO