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      Agricultores cobram ações para desenvolvimento do Semiárido

      "Os agricultores do Semiárido não querem mais aquelas políticas que só viam a gente como necessitados da seca. Não queremos ficar na dependência de carros-pipa, aguardando a próxima seca voltar. Queremos produzir de forma sustentável. Para isso, precisamos garantir o acesso adequado à água", disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Remígio, no agreste paraibano, Roselita Victor da Costa, no 3º Encontro Nacional de Agricultores

      "Os agricultores do Semiárido não querem mais aquelas políticas que só viam a gente como necessitados da seca. Não queremos ficar na dependência de carros-pipa, aguardando a próxima seca voltar. Queremos produzir de forma sustentável. Para isso, precisamos garantir o acesso adequado à água", disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Remígio, no agreste paraibano, Roselita Victor da Costa, no 3º Encontro Nacional de Agricultores (Foto: Romulo Faro)
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      Luciano Nascimento*
      Enviado Especial da Agência Brasil/EBC

      Campina Grande - Reunidos no 3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido, os produtores rurais reivindicaram hoje (31) de representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente e do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) políticas públicas para melhorar a produção agrícola.

      "Os agricultores do Semiárido não querem mais aquelas políticas que só viam a gente como necessitados da seca. Não queremos ficar na dependência de carros-pipa, aguardando a próxima seca voltar. Queremos produzir de forma sustentável. Para isso, precisamos garantir o acesso adequado à água", disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Remígio, no agreste paraibano, Roselita Victor da Costa.

      Roselita defendeu os saberes tradicionais dos trabalhadores e tecnologias locais como as cisternas para captação da água da chuva. "Assegura o acesso à água em períodos de escassez e responde à ideia de que o Semiárido é um lugar que não tem possibilidade de desenvolvimento", declarou.

      "Na medida em que nós propomos esta política [de cisternas] ela está democratizando o acesso à água nos sítios", completou a coordenadora da Articulação do Semiárido na Paraíba, Glória Batista.

      Ela defendeu a aproximação do conhecimento tradicional dos agricultores com o conhecimento técnico e acadêmico como uma caminho para a construção de políticas públicas para a região. "Esse conhecimento precisa ser cada vez mais valorizado para construir a convivência com o Semiárido", disse.

      Glória também defendeu mais agilidade e incentivo para a compra das sementes crioulas, produzidas pelos agricultores. "Temos uma diversidade e riqueza de sementes, vindas das antigas gerações. A gente não quer as sementes envenenadas. Nós precisamos de políticas públicas que fortaleçam as nossas sementes", ressaltou.

      O secretário de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Arnoldo de Campos, disse que o governo vem desenvolvendo políticas voltadas para a convivência com o Semiárido. Segundo ele, programas como o Bolsa Família, o Garantia Safra, uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) voltada para os agricultores e as agricultoras familiares da região tem garantido o acesso a recursos para a produção e períodos de estiagem.

      "Começa com o Bolsa Família, passa pelo Garantia Safra, que quando vem a seca o governo repassa um recurso mensal para o agricultor a fim de que ele mantenha a sua capacidade de renda. O microcrédito, o Pronaf, o Pronaf B foram ajustados no último plano safra", disse.

      Campos também citou o Plano Nacional de Agroecologia e os programas de compras como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) como instrumentos de incentivo à produção agrícola do Semiárido.

      Já o diretor do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Inácio Salcedo, disse que o órgão está buscando contato com os agricultores para, a partir dos saberes tradicionais, sistematizar novas tecnologias de convívio com a região. "Por meio do aprendizado que estamos tendo com agricultores experimentadores estamos buscando montar uma gestão de informação dos conhecimentos acumulados por eles e que posteriormente possa ser difundido para os agricultores da região", disse.

      O debate sobre políticas públicas para o Semiárido encerrou o 3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores do Semiárido que promoveu a troca de experiência entre os produtores e também tratou de temas como o manejo agroecológico do solo, a produção e troca de sementes crioulas, além do lançamento de publicações e apresentações culturais que promoveram reflexão sobre a realidade do semiárido.

      *O repórter viajou a convite da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA)

      Edição: Aécio Amado

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