Alckmim e Aécio reforçam tucanos no Recife

Leonardo Lucena_PE247 – Já é certo que o ex-presidente Lula e o governador Eduardo Campos (PSB) estão servindo como fortes cabos eleitorais de seus candidatos, o senador Humberto Costa e o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, respectivamente. Agora, o PSDB, que tem como postulante no Recife o deputado estadual Daniel Coelho, já começa a articular a vinda do senador Aécio Neves e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para participarem da campanha do parlamentar.

Ainda não há data confirmada sobre a vinda de ambos os tucanos à capital pernambucana já que os detalhes da visita ainda estãos endo fechados. Sobre o formato de participação, as discussões estão em andamento. “Eles devem vir, mas ainda não sabemos quando”, disse o deputado estadual Daniel Coelho.

Vale ressaltar que Geraldo Alckmin foi derrotado por Lula em 2006, este com altíssima popularidade no Estado, de um lado, e o PSDB sem uma força muito significativa no Recife, por outro. “Isso não vai atrapalhar nossa campanha, porque estamos aqui para debater os problemas da cidade. Não vamos focar em discussões sobre Aécio ou Alckmin”, afirmou Coelho.

Mas, de todo modo, em algumas capitais, como Recife, Belo Horizonte e São Paulo a disputa tende a se nacionalizar, o que não causa surpresa. E, de acordo com o cientista político da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ernani Carvalho, é justamente esse o objetivo da participação desses dois tucanos na campanha de Daniel Coelho.

“Isso é uma estratégia para nacionalizar a campanha. Tanto Aécio como Alckmin podem disputar a presidência da República em 2014, então essa é uma forma de torná-los mais conhecidos de forma gradual”, explica o cientista político.

De fato, em paralelo com tal estratégia, questiona-se até que ponto a participação dessas duas “figuras” será suficiente para maior captação de votos por parte de Coelho, que aparece em quarto lugar nas pesquisas, com 10% das intenções de voto por parte do eleitorado. “É uma estratégia inteligente, mas não dá para fazer previsão alguma. Se vai dar certo ou não, depende de como será o formato desta participação”, afirma o Carvalho.

Em contrapartida, Daniel Coelho não vê com bons olhos nacionalização de campanha. Segundo o prefeiturável, tal estratégia é prejudicial tanto para o candidato como para a população.“A eleição é municipal. Além disso, político indicado por ex-governador, prefeito não dá certo. Ainda hoje pagamos o preço de termos um político indicado”, disse, referindo-se ao atual prefeito do Recife, João da Costa (PT), que não goza de alta popularidade e foi indicado pelo ex-prefeito da Capital, João Paulo (PT). “Temos de nos ancorar em questões municipais”, acrescentou.

Apesar disto, a nacionalização da disputa não é uma realidade apenas no Recife. Outras capitais como Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE) também estão inseridas no contexto. Nestes municípios, o PT e o PSB estão engalfinhados numa luta intestina desde que o PSB resolveu lançar candidaturas próprias, rompendo com o antigo aliado. No Recife, onde a força de Lula se sobressai,  a imagem do ex-presidente vem sendo associada a de Humberto Costa (PT).O ex-presidente também deverá vir ao recife para reforçar a campanha do correligionário.

Costa já ameçou, inclusive, levar à Justiça os casos de tentativa de ligar a figura de Lula a qualquer outro candidato que não seja ele. Agora, a entrada do PSDB nesta fase de campanha confere novos ares a disputa pelo Executivo recifense. Resta saber como se dará este movimento nas demais cidades.