Alckmin culpa MEC, controlado pelo PSDB, por queda de SP no ranking da educação

SP 247 - O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), que na semana passada durante entrevista na televisão afirmou que o Estado de São Paulo possui a melhor educação do Brasil, viu sua propaganda cair por terra com o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), que aponta que, enquanto ele foi governador, o Estado perdeu a liderança no que diz respeito ao ensino fundamental e ao Ensino Médio.

Segundo Alckmin, a queda se deve a mudanças na metodologia adotada pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Inep, instituto responsável pela avaliação. O que Alckmin não citou, porém, foi que tanto o MEC como o INEP estão sob o controle do seu partido, o PSDB.

"A portaria do MEC dizia que o ensino médio das escolas técnicas talvez era para valer [para o índice]. Depois o Inep (instituto que aplica a avaliação) tirou", afirmou Alckmin durante um evento de campanha no Hospital Santa Marcelina, em Itaquera (SP).Ele evitou comentar a razão do efeito em São Paulo ter sido maior que em outros estados, uma vez que as mudanças possuem abrangência nacional.

Apesar do ataque feito por Alckmin, tanto o MEC quanto o INEP são aparelhados pelo PSDB. A presidente do INEP, Maria Inês Fini, foi nomeada para o cargo logo depois do golpe que depôs a presidente eleita Dilma Rousseff, em 2016.

Fini, que é próxima do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi indicada para o cargo pelos tucanos e fez sua carreira na área educacional ocupando postos-chaves por indicação do PSDB.

Até maio deste ano, a Secretaria Executiva do MEC era ocupada por Maria Helena Guimarães de Castro, que também foi indicada para o cargo pelo PSDB. Maria Helena ocupou a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, entre 1995 e 2002, durante o governo FHC.

Ela também foi titular da pasta da Assistência Social no governo Geraldo Alckmin e da Ciência e Tecnologia na gestão Cláudio Lembo, no Estado de São Paulo, em 2006, e secretária de Educação no governo de José Serra, em 2007.