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    Aluguel de ações rende dinheiro extra com mercado em baixa

    Investidor pessoa fsica registra sua maior participao em 12 meses como doador. Alm de lucrar com a operao, ele continua recebendo dividendos

    Aluguel de ações rende dinheiro extra com mercado em baixa (Foto: Shutterstock)
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    Luciane Macedo _247 - Com a Bolsa de Valores flutuando ao sabor dos últimos acontecimentos na Zona do Euro, o pequeno investidor tem buscado alternativas para ver seu dinheiro crescer na volatilidade. Uma delas -- e das mais seguras -- é o aluguel de ações. Dos que alugaram papéis na Bolsa em outubro, 30,48% eram investidores pessoa física, registrando sua maior participação nesse tipo de operação, como doadores, desde outubro de 2010, quando esse número foi de 30,68%. No mês passado, essa participação do pequeno investidor perdeu apenas para os investidores estrangeiros, que foram 35,53% dos doadores.

    "Em momentos de queda na Bolsa, é natural que o investidor pessoa física empreste mais ações, porque é uma forma de buscar rentabilidade extra", diz Eric Cardoso, gestor do RenaTrader, da corretora Renascença. "A tendência é que esse mercado cresça", assinala. "Com a volatilidade que temos hoje, e que já vem desde agosto, as próprias corretoras começam a recomendar operações para que os pequenos investidores possam se beneficiar do movimento de queda". André Massaro, educador financeiro da MoneyFit, concorda. "O sobe e desce da Bolsa tem deixado o pequeno investidor ansioso, principalmente aqueles que compraram ações a preços altos e não vêem perspectivas no curto prazo", comenta. "Alugar ações é um bom negócio e absolutamente seguro para aqueles investidores que já assumiram o longo prazo".

    O aluguel de ações é uma operação semelhante à locação de um imóvel (veja no gráfico como funciona). O investidor que é dono da ação, mas não quer se desfazer dela com o mercado em baixa, pode simplesmente disponibilizá-la ao mercado, emprestando-a temporariamente a um outro investidor, que vai alugá-la por um determinado período, pagar o valor do aluguel e depois devolvê-la ao dono original. Por uma série de mecanismos e controles, a BM&FBovespa garante a operação, que é regida por um contrato entre as partes e intermediada por uma corretora.

    "É uma forma de ganhar mais com uma ação que o investidor só pretende movimentar no longo prazo", explica o gestor do RenaTrader. Durante o aluguel, o dono da ação, chamado de doador, continua recebendo os dividendos e todos os outros proventos do papel, além da taxa de aluguel. O doador não perde dinheiro com a operação, mas precisa ter em mente que, enquanto os seus papéis estiverem alugados, ele não poderá vendê-los, caso surja uma boa oportunidade.

    (clique para ampliar)

    O outro lado da operação é o chamado tomador, geralmente um fundo de investimento ou especulador. Seu objetivo quando aluga uma ação, tomando-a emprestada do doador, é vendê-la no mercado e recomprá-la por um preço menor. Para que seu lucro se realize, o tomador conta, portanto, com o mercado em baixa. Se sua expectativa não se realizar, ele, ainda assim, deve assumir o prejuízo e honrar o contrato com o doador.

    Dessa forma, quem assume os maiores riscos é o tomador, que está sujeito a penalidades caso não honre os termos do contrato, incluindo o pagamento do valor do aluguel em dobro ao dono das ações. Mas o doador também deve estar atento à forma de realização de seus lucros. "A maioria dos contratos de aluguel é reversível", assinala Cardoso, "O tomador pode fazer sua especulação e devolver as ações ao doador antes do prazo", assinala. "O doador tem que estar ciente disso, porque ele recebe a remuneração proporcionalmente ao tempo em que a ação ficou alugada".

    As taxas de locação das ações variam conforme a procura, liquidez e também fatos relevantes relacionados à empresa. "Ações mais líquidas, como a Vale, por exemplo, têm taxas menores", diz o gestor do RenaTrader. "Nos últimos dias, houve uma forte demanda por aluguel de papéis da B2W Varejo, o que fez as taxas subirem", complementa Cardoso, referindo-se às baixas nas ações da B2W provocadas pela decisão do Procon de pedir o fechamento de sites de vendas na internet administrados pela empresa. "O investidor também deve estar atento ao que está acontecendo com as empresas para se beneficiar do aluguel de seus papéis", ensina o gestor. "Um dos grandes diferenciais da renda variável é justamente a possibilidade de ganhar, esteja o mercado em baixa ou em alta", conclui.

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