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Ameaçados, professores suspendem aulas

Ameaças de traficantes e vândalos fizeram os professores da escola estadual Maria das Graças de Sá Texeira, em Maceió, suspenderem as aulas para cerca de 1400 alunos. Várias solicitações já foram encaminhadas para que o Estado disponibilize segurança. Pedidos não foram atendidos

M2081S-1029 (Foto: Voney Malta)

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Alagoas247 - Há três anos, os alunos e professores da escola estadual Maria das Graças de Sá Texeira dividem o espaço da unidade com traficantes, usuários de drogas e vândalos. Recentemente, professores foram ameaçados por traficantes, além do fato de que os alunos só assistem aulas quando os criminosos permitem. A direção da escola se queixa do abandono do Estado para com os 1400 alunos que lá estudam, visto que mesmo com diversas as solicitações e ofícios protocolados nenhuma repressão ao crime foi realizada.

A escola fica localizada no bairro do Feitosa, em Maceió. A região é conhecida pela alta taxa de criminalidade, especialmente nos crimes relacionados ao tráfico de drogas e homicídios. No mês de janeiro, quando os professores estavam programando o retorno as aulas para o ano letivo de 2014, eles encontraram os banheiros da escola completamente destruídos e a caixa d´água com dejetos. Os muros que deveriam proteger os alunos foram derrubados, facilitando a entrada dos invasores.

"Estamos cansados de esperar uma resposta por parte do governo. Aqui, infelizmente, estamos abandonados à própria sorte. Parece que as autoridades estão esperando acontecer uma tragédia com morte, só pode. Esses criminosos dominam a nossa entrada, saída e, principalmente, o momento de aula, que deveria ser sagrado. Estamos completamente assustados", contou o representante dos professores e alunos, que pediu sigilo na divulgação do nome. Ele teme que com a publicidade dos problemas, os criminosos reajam.

A unidade escolar fica localizada na principal avenida do bairro, mas isso não impede o tráfico de drogas durante o dia, segundo os professores. Atrás da unidade, a comunidade das Piabas – que também sofre com a violência – serve como esconderijo para os criminosos. Os professores explicam que devido à facilidade para entrar no interior da escola, os traficantes se sentem o dono do espaço. Com a invasão, os alunos são obrigados a assistir aulas com as janelas completamente fechadas, em salas que sequer têm a disposição ventiladores.

"Soubemos que esses criminosos usaram nossa caixa d'água – que serve para preparar a merenda e outros – como uma grande piscina. Como resultado da festa, eles deixaram fezes e urina. Certa vez, um professor foi atingido com desejos. Vivemos dentro da escola a dura realidade das ruas. Tanto que só a polícia pode separar as brigas entre os alunos. É muito difícil fazer educação dessa maneira", reforçou o representante dos professores e alunos.

Caso não haja reforço no policiamento, os professores prometem não retornar as aulas.

Policiamento

A Polícia Militar informou que, por meio do Batalhão Escola, vai reforçar o policiamento na região, especialmente no interior da unidade escolar.

Com gazetaweb.com

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