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Amor, negócio & mentiras: Cachoeira, Perillo e Walter

De como um caso de amor e uma oportunidade de massagear o ego alimentaram um negcio que mais gera dvidas e especulaes do que explicaes. Um caso que junta um bicheiro, um governador e um empresrio alm, claro, de uma linda mulher

Amor, negócio & mentiras: Cachoeira, Perillo e Walter (Foto: Edição/247)
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Goiás 247 – A história da negociação da casa de Marconi Perillo (PSDB) para o contraventor Carlinhos Cachoeira carrega ingredientes que vão muito além de uma fria negociação comercial. Esta, talvez, seja apenas a história mal contada – por eles, porque pelo 247 ela começou a ser verdadeiramente desvendada com a revelação da escritura que mostra que ou tem laranja nas entrelinhas, ou mentira de pernas curtas.

A outra ponta da história mostra muito de vaidade humana e de coisas que só o coração entende. Começa quando o governador decide vender a sua casa para morar em uma maior. Ele então pede ajuda. Fala com o presidente da Agetop (a agência que cuida das obras do Estado), Jayme Rincon, conhecido como o homem forte do governo, ou, nas palavras dos próprios governistas, “o primeiro-ministro”. Jayme foi o tesoureiro de campanha de Marconi, é bom de negócio, e de confiança de Marconi.

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Jayme fala com Wladimir Garcez, que fala com Marconi, que autoriza Wladimir, seu amigo de tempos, companheiro de PSDB, a vender à casa. Assim é que o amigo do governador e braço direito de Cachoeira passa à condição de corretor. Como corretor, ele leva a informação da venda a Cachoeira, que passava pelo momento delicado da transição de um casamento para outro.

Cachoeira morava em um amplo apartamento no Edifício Excalibur, símbolo de luxo e riqueza em Goiânia. Saiu quando resolveu se separar. Por um tempo, ficou em um hotel. A casa foi uma oportunidade de ouro para acomodar sua nova companheira, e foi o que aconteceu. Foi também uma oportunidade em outra medida: a de ocupar “a casa do governador”. A casa do governador é um troféu para quem sai de baixo, conquista o poder e ganha rios de dinheiro a ponto de se transformar em uma cachoeira de vaidade.

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Quer dizer que Cachoeira comprou a casa?

Bem, a resposta é ‘não’. Para todos os efeitos declaratórios até agora, Cachoeira estava ali por um tempo, morando de aluguel sem pagar aluguel. Estava de favor. Mas um ‘não’ cheio de razões que a própria razão lógica desconhece.

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Uma versão dá conta de que o empresário Walter Paulo a comprou, o que foi confirmado por Marconi Perillo de forma oficial. Quem é Walter? Dono da Faculdade Padrão, coincidentemente uma das maiores beneficiadas por um estratégico e prodigioso, do ponto de vista financeiro, programa do governo goiano: o Bolsa Universitária, que financia o estudo de jovens com dinheiro do Estado.

Outra versão, que o 247 trouxe em primeira mão, diz outra coisa: a casa é de Ecio Antônio Ribeiro, dono da empresa Mestra Administração e Participações Ltda. Quer dizer. De duas, uma: ou Walter e Marconi mentiram, ou Ecio é um laranja. Qual a alternativa verdadeira? Eis a questão.

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Curiosidade: na escritura de compra e venda, Marconi e sua mulher, Valéria Perillo, são vendedores diretos, não usam intermediários. E a venda foi feita em espécie – segundo o que está lá –, e não como o governador disse: em três cheques (que cheques? Afinal, o governador falou, mas não apresentou datas, valores ou cópias deles. Por enquanto, talvez).

Enfim, quem é o dono da casa é, digamos, um detalhe. Claro, um detalhe que pode fazer de um governador um mentiroso, ou de um empresário um usuário de laranja. Mas um detalhe diante do caso de amor que se consumou sob seus telhados: o de Cachoeira e de Andressa. Um caso que nem há de se dizer que tenha terminado. Apenas que foi interrompido por uma operação que poderia inspirar uma verdadeira lua de mel: Monte Carlo. 

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Um caso de amor em uma casa que, pensando bem, é um palácio. O palácio de um governo paralelo.

 

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Abaixo, a reportagem do 247 que mostrou a escritura da casa:

Escritura de venda de casa traz problemas a Perillo

247 – A obtenção e divulgação com exclusividade por 247 da escritura de venda da casa do governador Marconi Perillo, no condomínio Alphaville Flamboyant, em Goiânia, para a empresa Mestra Administração e Participações Ltda., em abril deste ano, cria um novo problema para o titular do Executivo de Goiás.

Perillo declarou em seu imposto de renda de 2010, divulgado junto ao registro de sua candidatura ao governo, o valor de R$ 400 mil para residência, mas o valor de venda, um ano depois, foi registrado como sendo de R$ 1,4 milhão. Não se tem notícia de igual valorização de imóvel na capital do Estado, o que levanta a suspeita de ter ocorrido, para efeito do recolhimento de impostos, subfaturamento no preço do imóvel. Foi na casa que pertencia a Perillo que ocorreu a prisão do contraventor Carlinhos Cachoeira, em fevereiro. Ele vivia ali com a nova mulher.

Outro problema para Perillo, surgido com a divulgação da escritura, está na contradição entre suas próprias palavras e o que indica o documento. Em entrevista ao jornal O Popular, de Goiânia, em março, o governador afirmou ter vendido a propriedade ao empresário Walter Paulo Santiago, proprietário da Faculdade Padrão. Walter confirmou a compra. Mas a escritura registra a empresa Mestra Administração e Participações Ltda., representada pelo sócio Ecio Antônio Ribeiro, como sendo a compradora. Ou Walter e Marconi mentiram ou Ecio é laranja de Walter.

Além disso, Perillo declarou ter recebido o valor da venda em três cheques – cujas cópias não mostrou ainda –, mas a escritura registra que o pagamento foi “em moeda corrente do país”. Esse pagamento foi feito antes mesmo da assinatura do documento de venda no 1º Tabelionato de Notas e Registro de Imóveis da comarca de Trindade, em Goiás. É igualmente misterioso por que o registro da transferência foi feita nesta cidade e não em Goiânia, cidade onde fica o confortável imóvel de 454 metros quadrados de área construída, com quatro suítes e piscina. Por que?

A Mestra, que comprou a casa, era composta por três sócios: Sejana Martins Guimarães, Fernando Gomes Cardoso e Écio. Sejana saiu da sociedade em 15.07 do ano passado, e Fernando, um pouco depois, dia 1o de dezembro.

Clique aqui e acesse a íntegra da escritura.

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