Amorim terminou campanha com R$ 5 milhões em dívidas

Valter Lima, do Sergipe 247 - Candidato derrotado na disputa pelo governo do Estado, o senador Eduardo Amorim (PSC) encerrou a campanha no vermelho. Ele arrecadou ao longo do processo R$ 3,2 milhões, mas gastou R$ 8 milhões, o que representa um déficit de R$ 4,8 milhões. Já o governador Jackson Barreto (PMDB), que obteve a reeleição, gastou bem menos: R$ 5 milhões. O valor é o resultado da soma da prestação de contas do candidato e do Comitê Financeiro Único do seu partido. A arrecadação de JB igualou-se às despesas. Essas informações são disponibilizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral e correspondem à etapa final da prestação de contas.

Só os gastos da campanha do candidato do PSC com os programas de rádio e TV (R$ 4 milhões) foi superior a todo o valor arrecado (R$ 3,2 milhões). Entre os principais doadores de Amorim estão a Via Engenharia (R$ 200 mil), o Shopping Jardins (R$ 150 mil), o Shopping Riomar (R$ 150 mil), a Salobo Metais (R$ 500 mil), a Construtora Cunha (R$ 100 mil) e a Direção Estadual do partido, que repassou à campanha do candidato mais de R$ 1,5 milhão. Quanto às despesas, além da produção do horário eleitoral, o recurso foi gasto com aluguel de imóveis, cessão de veículos, publicidade e contratação de militância.

Sobre a dívida, a assessoria do senador informou ao 247 que "o Diretório Nacional do PSC assumiu o compromisso de arcar com esses gastos". "Eles irão arcar com isso. Outros casos semelhantes aconteceram no país e até em nosso Estado. Como em Brasília, com o candidato Agnelo Queiroz, do PT, que deixou pouco mais de R$ 1 milhão a pagar; do governador eleito da Bahia, Rui Costa, do PT, que deixou pouco mais de R$ 12 milhões a pagar, entre outros", afirma.

"É comum acontecer isso e a Lei Eleitoral permite, tudo em conformidade e com a anuência dos fornecedores. Ressaltamos que todas as receitas e as despesas da nossa campanha foram declaradas ao TRE, como determina a Lei Eleitoral. Nós repudiamos possíveis omissões nas prestações de contas de campanhas políticas, seja em Sergipe ou no Brasil", disse a assessoria.

Jackson

Já o governador reeleito Jackson Barreto informou, na sua prestação de contas, que arrecadou R$ 1,8 milhão, mesmo valor do que foi gasto durante a campanha. Mas, para além deste valor, o Comitê Financeiro Único do PMDB informou ter arrecadado R$ 3,1 milhões e ter gasto R$ 100 mil a mais.

Entre os principais doadores da campanha peemedebista estão a Votorantim Cimentos (R$ 70 mil), a Usina São José do Pinheiro (R$ 50 mil), a Maracar Veículos (R$ 86 mil), a Maratá Alimentos (R$ 500 mil), a campanha da petista Dilma Rousseff (R$ 131 mil) e os Fertilizantes Heringer (R$ 100 mil).

Já na prestação de receitas do PMDB aparecem como doadores a empresa Alma Viva (R$ 100 mil), a CRBS (R$ 150 mil), a Direção Nacional (R$ 200 mil), o empresário Luciano Barreto (R$ 500 mil), o vice-presidente Michel Temer (mais de R$ 1 milhão) e a Vale Mina do Azul (R$ 500 mil).

Outros candidatos

O candidato Airton (PPL) disse ter arrecado e gasto R$ 48 mil. Já o candidato Betinho (PTN) disse ter arrecadado apenas R$ 1 mil. Gastou R$ 31 mil. A candidata do PSOL, Sônia Meire apresentou R$ 60 mil em receitas e R$ 59,6 mil em despesas.